BRASIL PERDE ALBERTO DINES, O OLHAR DA RESISTÊNCIA NO JORNALISMO - EL PAÍS/BRASIL
Por Joaquim Letria
Meu Caro Diretor Manso Preto,
Por vezes
digo que estão atirando no meu bando. A pouco e pouco vamos desaparecendo. O
Alberto Dines era um príncipe do Jornalismo. Conheci-o no Rio de Janeiro no
início da década de 60, em plena ditadura militar, reencontrei - o longamente,
anos depois, em São Paulo, e convivemos em Lisboa nos finais da década de 70
quando ele aqui morou. Era um mestre, um homem de cultura invulgar, um jornalista
de grande coragem e um conversador de uma fineza como já não há. Se o
Manso Preto o tivesse conhecido estou certo de que ficariam amigos para sempre,
como connosco sucedeu.
Agora recebi
a triste notícia da sua morte. Apesar da idade aparentava estar bem. A mínima
homenagem que lhe posso prestar pela amizade que nos ligava é pedir-lhe a
si que, no lugar da minha crónica desta semana, publique este seu
obituário e alguma das suas crónicas que vão juntas e que ele escrevia na
edição do El País em Português, se assim o meu
caro Diretor entender.break
Estas minhas
modestas palavras podem encabeçar todo o resto daquilo que pense que o
Alberto Dines mereceria ver publicado no Minho Digital, de modo a que os nossos
leitores compreendam o que estamos a fazer e porquê, neste jornal cada vez
mais lido fora de Portugal.
Um abraço
reconhecido de sincera amizade e gratidão e o meu obrigado a todos os leitores.
JOAQUIM LETRIA
Fundador do 'Observatório da
Imprensa', Dines foi colunista do EL PAÍS Brasil por 2 anos
Jornalista faleceu aos 86 anos de pneumonia na manhã desta
terça
.
Publicado no Minho Digital
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