31.1.19

Notas Soltas – janeiro/2019

Por C. Barroco Esperança
Brasil – A posse de Bolsonaro como PR, através de eleições, foi a legalização do golpe de Estado contra Dilma, urdido pela traição de Temer e outros políticos corruptos, com a conivência do sistema judicial. Sérgio Moro, ora ministro, foi essencial no golpe.

Mário Centeno – Considerado o melhor ministro das Finanças do ano, na Europa, pela revista The Banker, um suplemento do Financial Times, é o primeiro oriundo do sul. O esforço inglório da direita, em minimizar o facto, não desmerece a escolha.
   
Espanha – A Igreja recusa o acesso ao Vale dos Caídos para a exumação de Franco, o genocida de que a Igreja católica foi cúmplice e que continua a inspirar os fascistas que visitam o túmulo. O clero franquista ainda julga o País um protetorado do Vaticano.

China – A China alunou uma sonda no “lado negro” da Lua e tornou-se o primeiro país a aterrar no lado ‘oculto’ da Lua. É mais fácil o salto de gigante na tecnologia, rumo ao futuro, do que um pequeno passo em direção à democracia, no presente.

PR – A ida à posse de Bolsonaro, apesar de ter sido um líder europeu isolado, ou pior, sendo o outro o PM húngaro, Viktor Orbán, era aceitável, mas a audiência solicitada ao “irmão Bolsonaro” foi um ato lamentável.

Banif – O banco da Madeira, UNITA, Fátima e Horácio Roque, e dignitários da RAM, já custou mais de 3 mil milhões de €€ ao erário público. É surpreendente que sejam à porta fechada as audiências em que os alegados lesados exigem indemnizações.

Andaluzia– A geringonça entre o PP, Ciudadanos e Vox é legítima para impedir que o partido mais votado (PSOE) forme governo, mas a aliança ao partido fascista – VOX –, que exige o fim dos partidos e limita os direitos da mulher, é indigna e alarmante.

Pedro Sánchez – O líder do PSOE, ao denominar “as três direitas” (PP/C’s/VOX), de "voxonaros" da política espanhola, não criou apenas uma palavra demolidora, resumiu a deriva reacionária que remete para Bolsonaro a atual direita espanhola. 

Parlamento Europeu – Os líderes dos grupos 'popular' e liberal, que integram o PP e C’s, respetivamente, no dia da investidura andaluza, evitaram a imprensa, para se furtarem a declarações sobre a aliança com o partido fascista VOX, que os envergonha.

VOX – O financiamento muçulmano ao partido espanhol era estranho, mas a exigência da suspensão da lei sobre a violência doméstica, para o acordo partidário, fundamenta o investimento da religião que recusa direitos humanos à mulher. 

Brexit – O referendo oportunista de Cameron trouxe o medo à U. E. e o caos ao Reino Unido. Este país sabia onde estava, agora não sabe para onde vai, e o Parlamento nega aos eleitores a possibilidade de reverter a decisão em que foram manipulados.

PSD – Luís Montenegro tem mais tempo de antena do que Rui Rio, líder do partido, tal como aconteceu com Francisco Assis em relação a António Costa. Enquanto der jeito à direita mais à direita, ele e os adversários do líder têm a comunicação social por conta.

Suécia – A coligação de social-democratas e verdes formou governo graças à abstenção dos conservadores que preferiram um governo de esquerda a partilharem o poder com a extrema-direita, de raízes nazis. Fica o exemplo para a Europa. E para a esquerda.

Luís Montenegro – Homem de mão de Passos Coelho, assustado com a possibilidade de ver o PSD devolvido à matriz original, escolheu mal o momento para reconduzir os fiéis à AR e ao Parlamento Europeu, desafiando Rui Rio e beneficiando o CDS.

Flávio Bolsonaro – O filho do PR do Brasil recebeu 22.500 euros, num só mês, em 48 depósitos iguais, do ex-assessor de Bolsonaro, Fabrício Queiroz. A investigação já foi suspensa por decisão provisória do juiz Luiz Fux, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal.

PR_2 – A ingerência nos assuntos internos do partido a que presidiu arriscou o prestígio de que goza e prestou um mau serviço ao PSD e ao País. Ao receber o adversário de Rui Rio, agora mero militante de base, deu-lhe uma importância que prejudica o líder. 

Marques Mendes – O mais mediático comentador televisivo, e de maior ressonância na imprensa escrita, compromete a reputação pela excessiva parcialidade, clamorosos erros de previsão e, sobretudo, por ser considerado o moço de recados de Belém.

Polónia – O discurso do ódio que a extrema direita levou para o poder já fez uma vítima emblemática, o presidente da câmara de Gdansk, esfaqueado por um fascista enfurecido com o carácter liberal e tolerante do popular autarca. Foi um assassínio político. 

Reino Unido – Depois de silêncios táticos, o Partido Trabalhista defende uma proposta de alteração ao plano de Theresa May, que o parlamento possa votar a realização de um segundo referendo à saída da União Europeia, proposta que May recusa.

António Guterres – O S-G da ONU, com imensa sabedoria, teme que a luta contra as alterações climáticas esteja a ser perdida, e é cada vez mais evidente ser insustentável o modelo económico que explora os recursos do Planeta e ignora a sua finitude.

Bolsonaro – O PR brasileiro defendeu durante 3 décadas, no Parlamento, que a melhor forma de combater a criminalidade era esterilizar os pobres, agora decidiu que a solução é liberalizar o uso de armas, num país onde já se matam a tiro 64 mil pessoas por ano.

Bairro da Jamaica – A pobreza e exclusão incitam à violência e repressão. Urge evitar as causas e eventuais abusos policiais. A Dr.ª Cristas, na AR, exibiu falta de tato, talvez ainda contaminada pela supremacia branca, usuais no lugar e no tempo em que nasceu.

Ponte Europa / Sorumbático

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