26.1.19

Um livro muito interessante


Um livro que vai muito para lá do que se passa com Trump — especialmente certeiro quando aborda os "silos sem janelas" em que a maior parte das pessoas se acantona, incapaz de ouvir os outros:
"É mais fácil manipular 1000 pessoas com mentiras que querem ouvir, do que convencer uma delas com verdades que lhe desagradam".
Particularmente interessante é o tema das "bolhas filtradas":
Uma vez que vivemos alegremente encerrados nas nossas "bolhas" de ideias-feitas e preconceitos, estamos sujeitos a algoritmos que nos enviam os 'links" e as notícias em função das nossas preferências, sejam elas clubísticas, políticas ou outras.
Assim, duas pessoas podem fazer A MESMA PESQUISA ao mesmo tempo e obter resultados opostos, em função daquilo que "eles" sabem que elas querem ler.
Anúncios, vídeos do YouTube, etc. já fazem isso... e a malta gosta.

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2 Comments:

Blogger José Batista said...

Exacto.

27 de janeiro de 2019 às 22:15  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Se eu vir um vídeo acerca de um determinado tema, em seguida aparecem-me outros acerca do mesmo.
Embora eu só os veja se quiser, eles não são apenas "sugeridos", mas são quase "impostos".
Isso, em princípio, não tem mal nenhum — se eu me interesso por comboios, qual o mal de receber sugestões relacionadas com eles?
Mas agora imagine-se que eu faço uma pesquisa em "Bairro da Jamaica".
Encontro muitas respostas, claro, e há uma tendência natural (e humana...) para dar preferência aos textos de pessoas que pensam como eu.
Como a Google sabe isso, é bem "provável" que eu comece a ser "direccionado" para links que sejam do meu gosto.
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Nesse livro, diz-se que Arthur Miller não acreditava que Bush ganhasse as eleições pois, dizia ele, "Não conheço ninguém que o apoie".
Aí está. O problema era dele, pois só se relacionava com quem pensavam como ele, só lia textos que "confirmavam" o que ele pensava, etc.
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Quando, há 4 anos, a Le Pen teve bons resultados, houve um jornal que escreveu: "A França acordou em choque".
Mas quem "acordou em choque" foi o jornalista, que vivia numa "bolha" que o impedia de ver o que o rodeava.
Julgo, aliás, que nas próximas eleições europeias vamos ver muita gente a "acordar em choque".

28 de janeiro de 2019 às 12:12  

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