14.2.19

Santana Lopes e o partido Aliança

Por C. Barroco Esperança
Após ter perdido a presidência do PSD para Rui Rio, o político com mais fracassos em lugares de gestão, lançou-se na aventura de um novo partido. O Menino Guerreiro quis travar o último combate, com destino incerto. Não lhe faltou a comunicação social, que sempre lhe deu o colo que implorou quando, depois de demasiadas trapalhadas, teve de ser demitido de PM, através do instrumento legal de que um PR dispõe, a dissolução da AR.

A ideia mais inovadora enunciada foi a de que “todos devem ter o seu seguro privado de saúde”, baseada no pior modelo, o norte-americano, o mais caro, ineficiente e injusto de todos os países desenvolvidos. Ignora que, em Portugal, a maioria das queixas é contra os prestadores privados da saúde, useiros e vezeiros a transferir doentes para o SNS, em situações limite para as quais parasitam o sistema público.
Dito isto, há de reconhecer-se que, no campo ideológico, Santana Lopes foi o único que apresentou uma ideologia clara nos partidos da direita portuguesa. É abertamente liberal e vai neutralizar o partido Iniciativa Liberal, há muito em gestação. Leva como número dois o ex-ministro, compadre, amigo e alter ego de Durão Barroso, embaixador Martins da Cruz. O seu partido será claramente liberal, no campo económico, o que era desejado e não foi conseguido por Passos Coelho, no PSD, e tentado por Manuel Monteiro, com laivos de extrema-direita, no CDS. Há eleitores disponíveis entre os inimigos da Saúde e Educação públicas e do peso excessivo da Administração Pública.
Santana Lopes, rodeado de desconhecidos e de conhecidos pouco recomendáveis, adota a defesa do neoliberalismo e ensaia o euroceticismo que o CDS, através de Nuno Melo, com a sua solitária eleição em perigo, para o Parlamento Europeu, também alardeou.
Santana Lopes parte para a defesa do neoliberalismo levando a caução moral de Durão Barroso, através de Martins da Cruz, e o coração de Passos Coelho, que viu o predileto ex-autarca de Loures, André Ventura, abraçar a criação de outro novo partido – Chega –, abertamente fascista, o que é prematuro em Portugal e sem apoio do PR, que sabe bem o que é o fascismo e o enjeita.
A maior surpresa das eleições europeias, onde se testa a correlação de forças das várias faces da direita portuguesa, seria não haver surpresas. O antieuropeísmo num país que tem sido beneficiado é o nacionalismo suicida que a direita mais extrema exibe, apropriando-se de uma bandeira que era da esquerda mais à esquerda.
Ponte Europa / Sorumbático

Etiquetas:

1 Comments:

Blogger José Batista said...

Canalhada.
Esperemos que não vão longe. Se fizermos tudo o que pudermos para o evitar.
Que o «flopes», de flop em flop, não se poupará a esforços para fazer tantos mais quantos puder. Vai envelhecendo, nada aprendendo, e sempre insistindo. Oiço, às vezes, uns comentadores políticos gabar-lhe a intuição e tenho pena que não lhe acentuem a inconsistência e a incompetência. Como ojectivamente deviam.

14 de fevereiro de 2019 às 23:07  

Enviar um comentário

<< Home