8.8.19

Greves e direitos sindicais_2

Por C. Barroco Esperança

Quem, antes do 25 de Abril, defendeu o direito à greve e lutou contra a ditadura, não se deixa enganar pelos que aproveitam a democracia para a destruir. É o que distingue os democratas dos oportunistas, defensores dos direitos dos trabalhadores dos apoiantes do terrorismo sindical e zeladores das instituições democráticas das utopias que povoam o aventureirismo de revolucionários da oratória.
As greves são sempre políticas, não vem daí mal ao mundo, mas não podem servir para subverter a ordem constitucional, instrumentalizar trabalhadores para satisfazer o ódio à democracia e abrir caminho ao retrocesso dos direitos que as legitimam.
A atual greve dos camionistas, com um advogado suspeito, alugado para fazer parte da direção sindical e, depois, por vergonha, sem que se conheça a Assembleia Geral onde passou de dirigente do sindicato a advogado e porta-voz, é o exemplo acabado de uma ofensiva reacionária contra o Governo.
Na aparência é uma luta entre trabalhadores e patrões, SIMM e ANTRAM. Na prática, é o aventureirismo de quem reclama condições para o ano 2022 e tem o apoio explícito de André Ventura, essa referência fascista e trauliteira, e o de Paulo Mota Pinto, quadro do PSD, a defender entusiasticamente o sindicato «apartidário».
Perante objetivos ínvios, independentemente das razões justas dos trabalhadores, tenho acompanhado as posições da comunicação social que melhor transmitem as posições de direita. Curiosamente, devo a um leitor meu a melhor síntese dos objetivos partidários da greve reincidente, prevista para 12 de agosto.
Aqui fica transcrito o texto, respeitando a ortografia, duas horas depois de ter censurado a minha posição no Faceboock e defendido o advogado Pardal Henriques e os objetivos partidários:
«E posso vos assegurar de uma coisa que desconhecem.                                                                                                  
Soubesse o PSD e Rui Rio "REINAR" e outro galo cantaria em Outubro.               
Assim como não tenho dúvidas de que era muito fácil "espetar" com este governo no chão só com os motoristas e a sua revolta que - só por hipocrisia, comodismo e cinismo não tem o apoio da maioria dos Portugueses.»
Relembro os sindicatos fascistas e o terrorismo sindical como instrumentos da ascensão da extrema-direita ao poder, no século passado.
A minha única arma é a palavra e usá-la-ei. A democracia defende-se com democratas.

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