13.9.19

Uma Minhota à frente do Teatro Nacional de São Carlos

Por Joaquim Letria
Uma minhota das Caldas das Taipas, concelho de Guimarães, vai dirigir o Teatro Nacional de São Carlos a partir de Outubro! ! Aleluia!
Elizabete Matos, hoje uma soprano portuguesa altamente apreciada e reconhecida no panorama operático internacional, vai reduzir as suas participações no rico reportório que interpreta por todo o mundo para se dedicar à direcção do Teatro Nacional de São Carlos. E não deixa de se mostrar ambiciosa e, com essa sua ambição, de despertar sonhos de muitos milhares de amantes da música e de espectadores do Teatro Nacional de São Carlos, entre os quais me incluo.
Elizabete Matos quer o São Carlos de regresso à ribalta internacional. Todos nós, os que adoramos aquele teatro e o respeitamos, assim desejamos. Foi lá que ouvi a Maria Callas, o  Di Stefano , o Alfredo Krauss, a Renata Scotto, a Kiri Tikinawa, a Joan Sutherland e o Plácido Domingo, entre outros, cantarem pela primeira vez na minha vida.
Foi em São Carlos que aprendi o respeito devido às grandes óperas e pelos grandes teatros de ópera que viria a conhecer – O Metropolitan Ópera House de Nova York, o Deuthsche Oper de Berlim, o La Scala de Milão, o Fénix de Veneza, um conjunto de belas e únicas salas a que o Teatro Nacional de São Carlos pertencera por direito próprio e que muito o fazia ser respeitado em todo o mundo.
Elizate Matos quer ser uma directora presente, portanto ali se instalará para harmonizar e gerir as complexidades da Opart (organismo de produção artística), a Orquestra Sinfónica Portuguesa (residente), apaziguar os artistas portugueses que não tiveram acesso aos principais papeis, apoiar a Companhia Nacional de Bailado, tudo isto num período conturbado da vida deste teatro com graves problemas por resolver entre o seu pessoal, todo ele muito mal tratado durante toda a última década e com um maestro e programador estrangeiro que, ironicamente, derrotara Elizabete no último concurso de há quatro anos, para agora atirar a toalha ao chão e confessar que já não queria continuar depois de não ter cumprido aquilo a que se propusera, por culpa não inteiramente sua.
Vamos portanto ver aquilo  que Elizabete Matos é capaz de fazer à frente do Teatro Nacional de São Carlos. E vamos desejar que  esta figura doce mas poderosa, amante das grandes personagens de Wagner, que contracenou com Jose Carreras, Placido Domingo, Leo Nucci e muitos outros, que estudou piano e violino em Braga antes de partir para o estrangeiro com uma bolsa de estudo da Fundação Gulbenkian e se tornou na cantora lírica portuguesa mais apreciada na actualidade  vai fazer com o maior desafio da sua vida artística.
Desejemos-lhe as maiores felicidades!
Publicado no Minho Digital

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2 Comments:

Blogger Para a Posteridade e mais Além said...

e quantos vão ao são carlos? a pagar

13 de setembro de 2019 às 11:20  
Blogger José Batista said...

Felicidades para Elisabete Matos, naturalmente.
E um obrigado a Letria, obviamente.

13 de setembro de 2019 às 17:10  

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