A pandemia e os vendedores de ilusões
Por C. B. Esperança
Ninguém imagina quando, como e em que situação nos deixará a crise em curso, e não faltam vendedores de ilusões sobre o futuro radioso, se outro governo substituir o atual.
Habituei-me a não deificar pessoas, mitificar instituições e, sobretudo, a não mistificar a realidade para a adaptar aos meus preconceitos ou desejos.
Admitindo que a pandemia terminará dentro de alguns meses, do que duvido, é difícil imaginar que o nível de vida regresse a padrões anteriores, com uma recessão e níveis de desemprego de dois dígitos, seja qual for o governo que vier.
Não faltará quem se aproveite da força para exigir a maior fatia possível de proventos, nem quem, com legitimidade, se sinta maltratado em termos relativos, e a justiça social passa mais pela divisão de sacrifícios do que pelo aumento dos benefícios.
Se não aproveitarmos a catástrofe natural para tornar mais verde a economia, o trabalho mais dividido e menos desigual a retribuição, não haverá mudanças tranquilas nem paz social duradoura.
Vencido o medo, se continuar a avidez do lucro, a competição desenfreada e a exibição da riqueza como troféu, o Planeta não consentirá a sucessão de agressões, da explosão demográfica e da voracidade com que se consomem os recursos.
As lideranças políticas dos países mais poderosos são inquietantes e a opinião pública é débil e timorata, e todos seremos chamados a escolher entre o abismo que se avizinha e a sustentabilidade da vida humana progressivamente posta em causa.
Ninguém imagina quando, como e em que situação nos deixará a crise em curso, e não faltam vendedores de ilusões sobre o futuro radioso, se outro governo substituir o atual.
Habituei-me a não deificar pessoas, mitificar instituições e, sobretudo, a não mistificar a realidade para a adaptar aos meus preconceitos ou desejos.
Admitindo que a pandemia terminará dentro de alguns meses, do que duvido, é difícil imaginar que o nível de vida regresse a padrões anteriores, com uma recessão e níveis de desemprego de dois dígitos, seja qual for o governo que vier.
Não faltará quem se aproveite da força para exigir a maior fatia possível de proventos, nem quem, com legitimidade, se sinta maltratado em termos relativos, e a justiça social passa mais pela divisão de sacrifícios do que pelo aumento dos benefícios.
Se não aproveitarmos a catástrofe natural para tornar mais verde a economia, o trabalho mais dividido e menos desigual a retribuição, não haverá mudanças tranquilas nem paz social duradoura.
Vencido o medo, se continuar a avidez do lucro, a competição desenfreada e a exibição da riqueza como troféu, o Planeta não consentirá a sucessão de agressões, da explosão demográfica e da voracidade com que se consomem os recursos.
As lideranças políticas dos países mais poderosos são inquietantes e a opinião pública é débil e timorata, e todos seremos chamados a escolher entre o abismo que se avizinha e a sustentabilidade da vida humana progressivamente posta em causa.
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