4.6.20

Quem salva as democracias?

Por C. B. Esperança
Como se as catástrofes naturais, a explosão demográfica e as agressões ambientais não bastassem para enegrecer o futuro e infernizar o presente, chegaram à chefia dos países mais poderosos do mundo uma série de dirigentes perigosos, nacionalistas, autoritários e belicistas.
A China e Rússia, onde a democracia liberal é desconhecida, têm líderes autoritários. Os EUA, Brasil, Índia e Filipinas, em eleições formalmente livres, não lograram melhores líderes. As teocracias do Médio Oriente são o que se sabe. Benjamin Netanyahu, Israel, é um perigo global e Mohammad bin Salman, Arábia Saudita, assassino de longo curso.
Quando julgávamos que a impreparação, a truculência e a inanidade seriam punidas nas urnas, eis que surgem, legitimados pelo voto, o mitómano agressivo e belicista Trump, o delinquente imbecil e demente Bolsonaro, o grotesco assassino Duterte e o nacionalista belicoso Narendra Modi.
Da Hungria à Turquia, da Polónia à Sérvia, da Chéquia à Albânia, na Europa Central e do Leste, sob o pretexto da luta contra o coronavírus, aumentam os países autoritários e são cada vez mais repressivos. Os regimes despóticos aumentam em número e ampliam a repressão dentro de cada país.
Os ataques à liberdade de imprensa, a neutralização das oposições, a desvalorização dos parlamentos e a captura do poder judicial são instrumentos dos novos líderes, que usam o nacionalismo, a xenofobia e o medo para se perpetuarem no poder.
A corrupção é uma arma usada contra a democracia, o único sistema em que é possível denunciá-la, sem qualquer prova de que essa lepra, que corrói o poder, seja mais intensa e frequente nos regimes democráticos do que nas ditaduras.

A insegurança e o medo são inimigos da democracia e a retórica dos líderes autoritários vive da sua exploração. Ao ambiente que, no século passado, criou as condições para os regimes ditatoriais, junta-se agora uma pandemia para facilitar a vitória dos demagogos, que prometem ordem e segurança em troca do silêncio e da submissão.
As novas tecnologias, que permitiram democratizar a informação, cedo foram usadas por quem detinha a capacidade de as capturar ao serviço dos poderes autoritários que proliferam.
Não há uma opinião pública esclarecida, participativa e empenhada, na defesa da nossa civilização, onde a liberdade e a defesa dos direitos humanos gozem generalizado apoio.
À medida que as consciências adormecem, o medo nos tolhe e o desânimo se instala, esmorece a vigilância cívica e ficamos mais expostos a ser vigiados e oprimidos por biltres que vão assaltando o poder.


Etiquetas:

3 Comments:

Blogger opjj said...

Caríssimo, sem o pretender contradizer, pergunto-lhe; em que pedestal está COSTA?
Dissimolado, Espertice,Dominador,Vendedor da banha da cobra?
COSTA e os subservientes que bocejam que não há austeridade, são pessoas íntegras?
Podem morrer 100, podem centenas de milhares ficarem sem o ganha pão, que o ilusionista sem classe, de língua afiada, joga piadas como um reizinho no meio da tormenta.
Podem uns ganhar 20.000 ou 30.000 que são intocáveis.
Certamente que já se apercebeu que o PS é o DDT.
Cumps.

4 de junho de 2020 às 10:59  
Blogger Carlos Esperança said...

OPJJ:

Já me apercebi que tem saudade do partido único.

Respeito-o, embora seja objeto de estudo para o Prof. Galopim de Carvalho.

4 de junho de 2020 às 11:56  
Blogger opjj said...

Caríssimo, nunca fui avençado de nada e também nunca comi à manjedoura de ninguém.
Leio o que o Prof. Galopim escreve, mas quando mete política estraga o que escreve.
Numa das empresas com 700 onde trabalhei, sei como funciona o PS. Seca tudo à volta.
Quando um tipo - Chicão George - para agradar ao chefe, despacha famílias do Norte a Sul por não estarem no PS ! A mim, provinciano, sempre me chocou a indignidade.
A honra e a palavra não obriga a filiações.
Cumprimentos


4 de junho de 2020 às 18:58  

Enviar um comentário

<< Home