Erdogan – O execrável proto-califa misógino
Por C. B. Esperança
Numa deslocação do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a Ancara, só o anfitrião, Recep Tayyip Erdogan, e Charles Michel tiveram direito a sentar-se em cadeiras. Este facto repulsivo merece ser execrado. À alta dirigente da UE foi reservado um lugar à distância tolerada pela pudicícia do Irmão Muçulmano.
Independentemente do comportamento de Charles Michel, conformado com a situação e cuja cobardia o torna indigno do cargo que ocupa, a ofensa a Ursula von der Leyen teve na beata misoginia islâmica a origem da ofensa à mulher, à dignidade do seu cargo, à civilização e aos direitos humanos.
Não há razões de Estado que permitam tolerar a discriminação da mulher, as ofensas de trogloditas às conquistas do Renascimento, do Iluminismo e da Revolução Francesa, os preconceitos religiosos que colidam com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Tal como um Presidente da República humilha o seu País quando se genuflete e oscula o anelão de um bispo ou do Papa, também, e de forma mais gravosa, um biltre de uma religião concorrente ofende a civilização e a decência quando desvaloriza as mulheres.
Os abjetos beatos só existem porque tiveram mãe, mas o veneno vertido num manual da Idade do Bronze, por um analfabeto amoral, continua tolerado com a desculpa do respeito à religião.
A União Europeia foi deliberadamente rebaixada pelo biltre misógino que, em idênticas situações anteriores, quando os dois representantes da UE eram machos, dispunha de três cadeiras.
A injúria é ainda mais grave por acontecer após o abandono pela Turquia da Convenção de Istambul, que obriga à defesa da igualdade de género, pouco tempo antes da reunião que deu origem a este incidente diplomático. Foi agravada por ser Ursula von der Leyen uma tenaz defensora da igualdade de género, como se exige a homens e mulheres civilizados, e por ter ocorrido quando se pretendia discutir matérias relacionadas com os direitos das mulheres na Turquia, a par da ocupação ilegal de parte do território da República de Chipre pela Turquia e dos refugiados das guerras retidos por Erdogan a troco de pingues pagamentos da UE.
Desprezo qualquer religião, ideologia ou partido político que ameace a igualdade entre homens e mulheres.
Em nome da liberdade, da civilização e da decência, por amor à mãe que me criou, à mulher que tenho, à filha que fiz e às netas que vieram, hei de anatematizar todas as religiões, partidos políticos e tradições que discriminem a mulher, e sentirei aversão por homens e mulheres que defendam ou se conformem com tão abominável tradição.
O fascismo islâmico até a cabeça das mulheres perturba, como se vê pelas declarações da mulher de Erdogan, há dois anos:
Ponte Europa / SorumbáticoEtiquetas: CBE
1 Comments:
Muito bom. Excelente...
Fazia tempo que não ouvia "biltre".
#forabolsonarogenocida
Vitor Português
From Rio de Janeiro
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