21.6.24

APOKÁLYPSIS



Por A. M. Galopim de Carvalho

Quem estudou História sabe que sempre foi assim.

A par da sólida, distraída e despudorada riqueza, 

sobrevive a mais triste, indigna e irremediável pobreza. 

Sempre assim foi e sempre assim será. 

Mas virá um dia, 

não sei quando, mas virá, 

em que, esgotados os recursos do planeta,

exaurido pela sobreexploração a que estamos a assistir, 

os pobres, com séculos de experiência na pobreza, 

levarão a palma na luta pela sobrevivência

 

Esta dolorosa desigualdade continua sem dar sinais de diminuir, 

numa sociedade onde a riqueza do planeta, a ciência e a tecnologia 

têm tudo o que é preciso para a erradicar.

O mundo das finanças ainda não percebeu que este drama vai ter um fim. 

Não sabemos quando, mas vai ter. 

Mais próximo do que se possa imaginar.

 

Então, ricos e pobres serão iguais, mas na pobreza.

Nesse futuro, um diamante vale menos do que um copo de água.

Nesse futuro, os pobres estarão em vantagem 

porque ganharam toda a sabedoria de viver nessa condição

 

O Mundo tem de dar uma volta!

Muito grande! 

Mais cedo ou mais tarde, mas vai dar. 

E será com muito sofrimento, 

mas vai dar.

 

Liberto do “Homo sapiens”,

O Mundo irá renascer

para um novo ciclo de milhares de milhões de anos.

Talvez possa gerar um novo ser

mais inteligente do que “esta coisa” que somos nós,

em sucessivos ensaios e erros

apenas regulados pelas leis da física e do acaso.

Para tal só necessita de tempo.

E isso não lhe irá faltar.

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