Os CTT e os Ovos-da-Páscoa
Nota prévia: esta ilustração pode ter grande valor pedagógico se for utilizada para meter na cabeça das criancinhas urbanas que, apesar de amêndoas, coelhinhos e ovos aparecerem sempre juntos na época da Páscoa, os coelhos não se reproduzem por ovos, nem estes nascem nas amendoeiras.
Recentemente, no suplemento de Economia do «Expresso», referia-se o mau serviço que os CTT têm prestado naquilo que é suposto ser o seu negócio principal: tratar do correio.
Nessa linha, aqui fica o meu testemunho sobre o assunto - que, como adiante se verá (embora não pareça...), tem alguma coisa a ver com ovos-da-Páscoa...
*
Ainda no tempo em que havia “escudos”, e de passagem por Castelo Branco, precisei de aceder à Internet.
Entrei na Estação dos Correios, vi que tinham o quiosque Net-Post, e resolvi comprar o indispensável cartão.
Desembolsei um pouco mais de um conto-de-réis, gastei depois uns 200 escudos a navegar, e guardei o cartão para usar mais tarde.
Lembro-me de que, ao metê-lo na carteira ao pé dos outros que já lá estavam, pensei: «Mais um!».
Mas a maior surpresa estava para vir:
Ao chegar a casa, e ao ler o folheto das instruções, vim a saber uma coisa espantosa: o Porta-Moedas Multibanco, o cartão normal do Multibanco ou qualquer outro de débito ou crédito também teriam servido!
Eu acabara, pois, de comprar uma coisa de que não precisava!
«Mas pronto» – pensei - «que seja a bem da Sociedade da Informação, pois eu compro muitos selos, e as máquinas actualmente já têm a ranhura com a indicação de que aceitam este cartão».
E foi aqui que a coisa começou a correr mal pois, até hoje, não encontrei uma única máquina (em mais de 50, entre o Porto e Vila Real de Santo António – incluindo... Fátima!) que o aceitasse – e, em geral, o cartão nem entra!
Na melhor das hipóteses (quando a maquineta não está simplesmente «fora-de-serviço»), há um visor que nos avisa: «Pague com moedas!» e, muitas vezes, com um requinte de crueldade: «... e em euros, e na quantia certa!».
*
Hoje mesmo, uma funcionária dos CTT perguntou-me:
«Não quer comprar um ovo-da-Páscoa para o seu neto?»
E não foi pelo facto de, pela primeira vez na vida, me terem achado com cara de avô que me apeteceu dizer-lhe:
«Uma ova, minha rica senhora! Uma ova!»
3 Comments:
Quando a primeira parte da história de passou (ainda antes de haver Euros), aceitavam.
Depois disso, não sei.
De qualquer forma, o PMB teve uma vida triste e uma morte estúpida.
Será uma das próximas coisas que referirei.
Nem em Fátima lhe aceitaram o cartão? Já não há milagres!
Tive de lá ir, há dias, com a minha sogra...
De propósito, fui ver a maquineta dos CTT.
O cartão não dava.. porque tinham até tirado (ou roubado) o aparelho respectivo!
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