18.5.05

Venha o Diabo e escolha...

Num artigo publicado hoje no Expresso-online (intitulado «Conhecer as contas»), Henrique Monteiro escreve:

«Pela segunda vez, em menos quatro anos, somos confrontados com o facto de a situação orçamental ser pior do que a prevista».

Depois desenvolve o tema, dizendo com clareza aquilo que toda a gente pensa - e que, em resumo, é:

Ou o PS, na oposição, conhecia o verdadeiro valor do descalabro - e andou a enganar-nos na campanha eleitoral; ou não conhecia, e tinha obrigação de o conhecer (ou, pelo menos de se precaver, ressalvando as promessas)...

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3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Vítor Constâncio, com a cobertura de Sampaio, está a fazer o papel de idiota-útil, como se tivesse acordado agora; e, com o seu ar de sonso, toma-nos a todos por parvos, o que é particularmente irritante.

Por seu lado, o PS vai ter de escolher como quer que vejamos o papel que teve na oposição e na campanha eleitoral:
Como aldrabão-de-feira ou como incompetente?
Ou 50/50?

E.R.R.

18 de maio de 2005 às 23:08  
Anonymous Anónimo said...

Foi exactamente isso que disse Nuno Rogeiro, na quinta-feira, no RCP:
Então o papel do Banco de Portugal não é «acompanhar ao milímetro» as contas públicas?!
Que história é esta de vir agora o respectivo Governador, com ar de grande espanto, dizer que não sabia que as contas estavam tão mal?
Como tempo tão bonito que tem estado, bem podia «ir passear»!

19 de maio de 2005 às 11:51  
Anonymous Anónimo said...

TEATRO (Texto de Sarsfield Cabral, no «DN» de hoje):
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Durante a campanha eleitoral de 2002 Durão Barroso acusou o Gover- no socialista de descontrolar as contas do Estado, apontando um défice que ele estimava andar pelos 5% do PIB. Entretanto, prometeu um choque fiscal, para baixar impostos. Tendo ganho as eleições, Barroso pediu a uma comissão presidida por Vítor Constâncio para apurar o valor real do défice em 2001. Surpresa e escândalo! Afinal o défice era de… 4,1%, furando o limite do Pacto de Estabilidade (3%) mas inferior ao denunciado pelo PSD. A prometida descida de impostos transformou- -se em subida do IVA.

Teatro semelhante acontece agora, desta vez com o PS a governar. Na campanha eleitoral e até hoje como primeiro-ministro, Sócrates desdramatizou o desequilíbrio das contas públicas. Antes, Santana Lopes fizera pior considerou resolvido o problema, proclamando o fim da austeridade. Em Novembro, o PS criticou o Orçamento de Santana e Bagão Félix por demasiado optimista, no que não foi muito original. Entretanto, houve eleições e uma longa paragem governativa (excepto para alguns negócios). E temos o petróleo bem acima das previsões orçamentais e a economia -- portuguesa e europeia - quase a estagnar. Assim, as contas do Estado só poderiam piorar, como se percebe.

O ministro das Finanças já apontara há dois meses para um défice superior a 6,5%. Qual é, então, a surpresa se o défice apurado por Constâncio for de 7% ou mesmo um pouco mais?

Finge-se agora grande espanto porque antes se desvalorizou o problema, prometendo facilidades - não subir impostos, Scut, benefícios sociais, etc. Vai, pois, ser penosa a pedagogia das "medidas difíceis". É que este repetido teatro dos políticos já enjoa e não engana ninguém. As falsas surpresas talvez só iludam aqueles que as fabricam e se autoconvencem com as suas fantasias.
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http://dn.sapo.pt/2005/05/19/opiniao/teatro.html

19 de maio de 2005 às 17:12  

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