16.8.05

A literacia nacional

NUMA pesquisa de imagens para ilustrar este pequeno post encontrei esta, onde aparece um jornal com o saboroso nome de «amena estância».

Escolhi-a, pois a cena que quero contar tem a ver com a literacia nacional e com jornais - e passou-se, precisamente, numa amena aldeia:

Estava eu sentado à sombra de uma oliveira a ler um jornal, quando uma simpática senhora parou e me interpelou, admirada:

- Sempre a trabalhar, senhor Carlos! O senhor não descansa, está sempre a trabalhar!

A minha primeira ideia foi que ela estivesse a gozar comigo - ou apenas quisesse conversar com alguém. Mas, depois de me certificar que não era esse o caso, respondi-lhe:

- Mas estou só a ler o jornal...

- Deixá-lo, - foi a resposta - mas está de férias!

2 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Ao contrário do que se possa pensar, não se tratava de uma daquelas "velhinhas de aldeia".
Nada disso!

Era uma mulher dos seus 40 anos, e com a escolaridade-obrigatória cuprida.

Simplesmente, a leitura é uma coisa tão afastada dos hábitos das pessoas daquela aldeia, que mesmo o facto de alguém ler o jornal é motivo de espanto e sinal de trabalho ou de grande intelectualidade.

16 de agosto de 2005 às 13:53  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Outra curiosidade, que tem a ver com a forma como os jornais são redigidos:

Nessa mesma aldeia, emprestei um dia o jornal a um senhor.

Ele leu o seguinte, não percebeu, e atirou-o para o lado (e com toda a razão!):

«P.R. interpela P.M. e A.R.».

16 de agosto de 2005 às 13:56  

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