Lembram-se quando foi do Feher?

COMO, praticamente, já fora anunciado, o Sporting-Benfica foi devidamente acompanhado pelos inevitáveis problemas claqueiros.

(Bem... mas felizmente há claques e claques...)

JOSÉ Mourinho informou-nos, um dia, que não tem adversários, mas sim inimigos (cujos cumprimentos, é claro, se recusa a retribuir...) - mas essa foi apenas uma das inúmeras afirmações com que o pessoal da bola contribui, na medida das suas possibilidades intelectuais, para criar e justificar o clima idiota de violência "desportiva" com que a toda a hora somos brindados.

O mais grave, de facto, é que os que deviam sentir-se na obrigação de colocar o desporto no lugar saudável onde devia estar são os primeiros a lançar gasolina no fogo ou, quando as desgraças sucedem, a desvalorizar os actos dos seus meninos - a quem, ao invés, deviam procurar dar umas boas palmadas no rabo.

Mas, independentemente de todo o direito à informação e mais algum, julgo que alguma (?) Comunicação Social devia pensar quando é que, mais do que informar, acicata ânimos já de si exaltados:

Referências em tom épico a jogos de alto risco, entrevistas com responsáveis da PSP que descrevem, com pormenor e dramatismo, os preparativos para a grande guerra, e cenas de combates de rua (tudo isso repetido até à náusea nas TVs), só fazem com que os gandulos se julguem (e sintam) uns Aquiles de trazer por casa.

Já agora, uma pergunta pertinente - visto que se trata de algo que eu ajudo a pagar:

Com tantos efectivos policiais invariavelmente destacados para as palhaçadas desses arruaceiros, quantos deles é que, até hoje, foram presos, julgados e condenados?