18.12.05

Ainda era preciso dizer?!

«...não é nada de novo ou de desconhecido dos nossos amigos europeus», afirmou o antecessor de Condoleezza Rice.

Ironizando sobre a indignação dos europeus face a esta questão, Powell disse que o faz lembrar «o filme Casablanca, onde o inspector diz: estou chocado, estou chocado».

Mas «a maior parte dos nossos amigos Europeus não pode estar chocada porque estava ao corrente», garantiu Powell, sobre a polémica gerada pelos aviões da CIA que terão transportado suspeitos de terrorismo para países terceiros, nomeadamente para países suspeitos de praticarem a tortura.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

«DN» de hoje:

A Polónia reconheceu ontem, pela voz do presidente Aleksander Kwasniewski, o seu apoio a algumas das operações clandestinas da CIA na Europa, rejeitando, no entanto, a existência de quaisquer prisões secretas no país.

Numa declaração à televisão polaca, Aleksander Kwasniewski, que está em final de mandato, justificou a sua posição, salientando que a luta contra o terrorismo exigia todas as solidariedades necessárias, dando a entender que a Polónia serviu de escala para alguns aviões utilizados pelos serviços de informações dos EUA. "Em contrapartida, não houve prisões, nem prisioneiros."

Apesar de Kwasniewski não ter esclarecido se os aviões serviam ou não para o transporte clandestino de alegados terroristas raptados na Europa, o facto é que as suas declarações prometem relançar a polémica sobre esta matéria.

Quanto mais não seja porque Kwasniewski acaba por dar razão às alegações do antigo secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, segundo as quais vários Estados europeus estavam ao corrente das actividades da CIA, tendo colaborado mesmo com algumas operações.

Uma denuncia já ensaiada anteriormente, designadamente no que respeita à Alemanha e à Itália, onde decorrem investigações judiciais a raptos cometidos pela CIA.

Só que as declarações de Kwasniewski surgem dias antes de serem conhecidas as conclusões das investigações desencadeadas pelo novo governo polaco, que decidiu averiguar se Varsóvia permitiu, ou não, a instalação de qualquer prisão clandestina da CIA no seu território, conforme foi denunciado pela Human Rights Watch.

Pelo que é admitir que as declarações do presidente polaco, que sempre refutou todas as acusações da Human Rights Watch, possam estar a contribuir para esbater eventuais conclusões ou reacções, tendo ainda em conta todas as informações que os Estados europeus terão de prestar ao inquérito desencadeado pelo Conselho da Europa, que decorre em paralelo com as averiguações em cursos na Dinamarca, na Espanha e na Holanda.

20 de dezembro de 2005 às 09:23  

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