19.4.06

Morte no cinema

NUMA matinée de um cinema de Marbella morreu no sábado de Páscoa, de enfarte do miocárdio, Félix Bayón, de 52 anos de idade, que foi grande jornalista e um amigo. Vivia há 15 anos entre as buganvílias de Marbella, depois de se retirar da primeira linha do jornalismo na qual ocupou lugar importante, tendo sido o correspondente do "El País" em Moscovo que acompanhou a glasnot e a perestroika a par e passo, onde também escreveu sobre outros grandes acontecimentos do século XX e do actual.

Voz incómoda, democrata e homem de esquerda, viveu amargurado as desilusões que a política trouxe a estes nossos tempos, sofrendo o degredo a que resistiu como pôde, sempre esgrimindo a sua lança contra os moinhos dos tempos modernos, ultimamente a partir de uma coluna no "Diário de Cádis", navio almirante do andaluz grupo Joly que o albergou, ajudando a atenuar o ostracismo a que a grande informação nacional o votara.

Reagiu com livros premiados e lidos e transformados em filmes e com cidadania em movimentos cívicos. E morreu, subitamente, na plateia de um dos cinemas de La Cañada, em plena Páscoa.


«25ª HORA» - «24 horas» de 19 Abr 06

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