18.4.06

Faqueiros & atoalhados

DESDE que há jornais de borla que dá gosto entrar em comboios, estações, pastelarias e salas de espera. Parecemos um país de letrados, tudo a ler um periódico e muitos com outro à espera.
Justiça se faça às mulheres, que também lêem livros e revistas. Não pensem que são muitas as que compram a imprensa do coração, porque a maioria só a vê nas lojas de conveniência e tabacarias, virada para a parede, como se estivesse de castigo, e volta a depositá-la na prateleira.
Mais preocupante é o universo dos homens, tias e adolescentes. Eles lêem manuais profissionais ou um jornal desportivo. As tias vêem bonecos de revistas e discutem toilettes. Os putos mastigam pastilha elástica.
Não acredito que o factor determinante para que se leia mais jornais seja o de estes serem à borla ou os transportes melhores. A distribuição simpática e a localização inteligente dos expositores são muito importantes.
Apesar de se ler mais, compra-se cada vez menos jornais, talvez por alguns serem caros, chatos e malfeitos. Cada vez mais lhes embrulham faqueiros, livros, discos, filmes, berloques, automóveis e atoalhados, senão ainda menos gente lhes pegava.

«25ª HORA» - «24 horas» 18 Abr 06

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Há tanta informação e tão chata que, às vezes, nem apetece ler jornais. E com a Sic Noticias em sessões contínuas fica-se a par de tudo.
Ler um jornal requer tempo, coisa que hoje escasseia; e a quantidade de ofertas plastificadas, os quilos de papel impingidos e as resmas de publicidades afastam-nos definitivamente e cada vez mais da sua leitura.
Depois, há outros levezinhos mas estupidificantes e sem conteúdo.

19 de abril de 2006 às 00:41  

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