Saudades
PARA aí há uma semana protestei contra a TV Cabo ter trocado o GNT pela Record quando, na minha opinião, devia acumular aqueles dois canais brasileiros.
Hoje, queixo-me da errática existência em Portugal de certos jornais estrangeiros, que chegam quando chegam, ou são distribuídos quando são, para colocar uma questão mais importante que nos devemos pôr quando percebemos que, cada vez mais, só vemos e lemos o que alguém quer que a gente veja e leia.
Tenho saudades de ir a um hotel de Lisboa buscar a "New Yorker", o "Esquire", o "Spectator", o "TLS" ("Times Litterary Suplement"), o "Guardian Weekly", o "L' Humanité", o "Frankfurt Rundschau" e outros, porque sabia que a tabacaria os guardava para mim. Falta-me o prazer de folheá-los com um "whisky sour" ou um "gin fizz", logo ali no bar.
Não imaginam como aquele momento ajudava a sentir-nos longe daqui e o bom que era ficarmos a saber coisas que ignorávamos. Hoje, encontrar em Lisboa o jornal ou a revista estrangeira que se quer, todas as semanas, é mais difícil do que comprar heroína, cocaína ou ecstasy. Tenho a impressão de que não deveria ser assim...
«25ª HORA» - «24 horas» de 20 Abr 06
Etiquetas: JL
1 Comments:
Em Munique, a única publicação portuguesa à venda é... a "Maria".
Enviar um comentário
<< Home