5.5.06

«Estimo as pioras!»

ANTEONTEM, a TV falava em 3 atendimentos por noite; hoje, já são 9. Mas o número não é o mais importante, neste caso.
Assentemos ideias:
Se não houvesse esses postos, e as populações os exigissem ter, compreendia-se que não pudessem nascer. Mas passa-se o inverso: eles existem, e querem fechá-los.
Há uns anos, o meu filho teve um acidente grave, numa aldeia a 5 km do Posto Médico de Vila Velha de Ródão.
Meti-o no carro, e lá fomos, a buzinar, pelas estradas da serra.
Lá chegados... vimos que - ao contrário do habitual e vá lá saber-se porquê! - estava fechado!
Seguiram-se, então, mais 25 km de angústia, em grande velocidade até ao Hospital de Castelo Branco.
É essa recordação que me leva a fazer votos sinceros para que um dia o Sr. Ministro tenha uma urgência como essa e venha a bater com o nariz na porta de um dos postos de atendimento fechados por si.
Mas - que diabo! - também não é preciso que seja uma unha encravada!
Já me darei por satisfeito com um ataque cardíaco, uma apendicite aguda ou uma fractura exposta.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E quanto é que gastamos por ano a manter certos governantes?

Teremos também de ver quantas bacoradas debitam por dia (ou por noite) e fazer as contas.

5 de maio de 2006 às 15:48  
Anonymous Anónimo said...

Mas quanta gente dessa é que vai, alguma vez, parar às urgências dos hospitais públicos?

Alguém imagina, verdadeiramente, ver Correia de Campos "a secar" num banco do Sta. Maria ou do Amadora-Sintra?

D.

5 de maio de 2006 às 15:50  
Anonymous Anónimo said...

- Originalmente os hospitais, nem tratavam doentes, essa foi uma inluencia - imagine-se - árabe, em relação aos hospitais ocidentais.
- Pelo andar da carruagem está uma cruzada em curso para expurgar as influencias orientais da vida ocidental.
- Querem lá ver.

5 de maio de 2006 às 17:04  
Anonymous Anónimo said...

Os postos de atendimento em Centros de Saúde (SAP) não são para urgências graves. Fracturas expostas, ataques cardíacos e apendicites têm, de qualquer forma, que seguir para um hospital.

Mesmo coisas mais simples têm muitas vezes que ser referenciadas pelo Médico do posto de atendimento para o Hospital, porque no posto de atendimento não existem meios de diagnóstico como Raio-X ou análises.

Parece-me sensato apostar na qualidade, e não na quantidade. Pode ser que um dia não seja preciso "secar" nas urgências do hospital...

6 de maio de 2006 às 10:52  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

"Anonymous" das 10h52 a.m.:

1º - O que eu escrevi acerca da apendicite do senhor Ministro, etc., foi um exagero propositado, um desabafo à laia de "praga de cigana".

2º - Os argumentos que têm sido apresentados são muito mais economicistas do que por "melhoria de serviço público".
A conversa que se ouve é sempre do género:

«Uma noite de urgências custa x euros; se lá aparecerem n pessoas, fica cada uma a x/n euros, etc».

3º - Muito se tem dito, inversamente - e bem! - que esses centros de atendimento podem (e devem) aliviar as urgências dos hospitais.

4º - Muito se tem falado, também, da desertificação do interior.
Estas medidas são consequência dele, é certo, mas também contribuem para o agravar:

A aldeia onde o meu filho teve o acidente que referi (e que lhe valeu 11 pontos naturais), tem uma centena de habitantes e nem sequer há um multibanco.

A escola fechou, a J. Freguesia e os CTT são a 5 km, e nunca ninguém usou lá um computador (a não ser pessoas como eu que, quando lá vão, levam os portáteis).

Há apenas 1 telefone público (na casa da minha sogra) e 2 ou 3 privados.

Quanto a transportes públicos é melhor não falar.

E a aldeia não é "no cu de Judas", pois está encostada à A23.

6 de maio de 2006 às 15:14  

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