Falsidades

AFINAL, o prof. Freitas do Amaral não está nada cansado de ser Ministro dos Negócios Estrangeiros. Isto dito por ele, logo que o seu trabalho foi elogiado pelo primeiro ministro José Sócrates, que fez como Deus faz ao menino e ao borracho – pôs-lhe logo a mão por baixo.

Além de só lhe ficar bem, também politicamente se compreende que o engº Sócrates se comporte de forma protectora para com o seu ministro das Necessidades. Seria uma pesada baixa a registar se os ataques dirigidos a Freitas do Amaral viessem a ser bem sucedidos. Lá ficaria este governo PS sem o seu ministro mais à esquerda, os emigrantes sem paladino, as nossas relações internacionais à mercê da ignorância e a política externa rendida à internacional socialista.

Afinal, tudo não passaria da obra dum inqualificável tablóide que, para vender papel, escreveu na primeira página uma tremenda falsidade sem correspondência com o texto inócuo duma leal e correcta entrevista publicada no interior.

O episódio também serviu para demonstrar que os jornais são lidos de maneira diferente. Ficámos a saber que Pires de Lima só lê os títulos e Jerónimo de Sousa até divide orações.

«25ª HORA» - Publicado no «24horas» de 8 Maio 06