27.7.06

O mês de Albertus

GARANTE o «DN», na sua edição de hoje, que 40% dos juízes já se encontram de férias - uma realidade que choca com pretensão governamental de os obrigar a gozá-las exclusivamente em Agosto.

Ora, já há muito tempo que se dizia que essa directiva não ia ser cumprida, pelo simples facto de esse mês não ter dias-úteis em número suficiente; mas, mesmo assim, o Governo bem podia ter contornado a questão, nem que, para tal, tivesse de recorrer à maioria absoluta - que, como se sabe, dá para quase tudo:

Sucede que, entre Janeiro e Dezembro, os meses são, alternadamente, grandes e pequenos, com uma notável excepção: a Julho segue-se Agosto, e ambos têm 31 dias.
Ora esse facto bizarro, segundo se diz, foi uma imposição do imperador Augusto que mandou alargar o mês de Agosto à custa de Fevereiro, porque não queria que "o seu mês" fosse menor do que aquele a que Júlio César dera o nome.

Mesmo que tal não seja verdade, a ideia é «cinco estrelas», pelo que não se percebe porque é que Alberto Costa, sempre tão voluntarioso, ainda não fez o mesmo, decretando, para Portugal, um «Agosto ao seu gosto», com o número de dias necessários para que a sua vontade seja feita.
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(Publicado no «DN» e no «metro» de 28 Jul 06)

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A história do mês de Augusto é realmente curiosa, pelo que não resisti a uma pesquisa rápida. É relatada por um estudioso do séc. XIII, mas parece que não tem fundamento histórico.

Quem estiver interessado nos detalhes, pode vê-los
aqui na wikipedia

27 de julho de 2006 às 22:53  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

MUITO interessante o endereço referido.

Já é tardote, senão ainda abordava o problema da mudança de calendário durante o reinado de D. João I.

A Batalha de Aljubarrota, p.ex. foi em 14 de Agosto de 1385, mas pelo calendário cristão.
Só que, nessa altura, ainda estava em vigor a contagem de César.

Confuso?

27 de julho de 2006 às 23:14  

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