A ciência e os estrangeirados (*)
AO LONGO da nossa história a palavra estrangeirado tem sido tomada com escárnio e com aplauso. Há quem despreze as influências estrangeiras e quem as veja como as únicas fontes de exemplo. Mas há uma área em que os estrangeirados são sempre bem vindos e em que a internacionalização é um bem incontestável. Essa área é a ciência. Começa a ser lugar comum dizer que a investigação não se pode fazer de costas voltadas para o mundo e que o proteccionismo não pode aqui ter lugar. Se é bom que se cuide dos recursos nacionais, isso só se pode fazer participando no desenvolvimento científico internacional. O importante é estabelecer contactos e trocar experiências.
Por isso mesmo, foi criado há alguns anos o Fórum Internacional de Investigadores Portugueses (FIIP), que em breve terá o seu quinto encontro (fiip2006.up.pt). O evento é aberto e tem lugar dias 21, 22 e 23 de Setembro na Biblioteca Almeida Garrett, sita no Palácio de Cristal. Por ele vão passar muitos dos maiores cientistas portugueses, residentes no país ou no estrangeiro. E por ele vão passar alguns grandes cientistas de outros países. Nele vão também participar muitos estudantes e jovens cientistas.
O tema central é a biomedicina. Mas muitos outros serão tratados. José Morais fala sobre neurociências cognitivas, Henrique Barros debate antropologia da saúde, Ana Paula Coutinho organiza um painel sobre comunicação e divulgação científica e João Lobo Antunes, Irene Fonseca e Manuel Paiva discutem bioengenharia.
A política científica será uma constante dos debates. Será uma excelente oportunidade para contactar com grandes cientistas e com grandes temas da ciência contemporânea.
(*) Adaptado do «EXPRESSO»
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