A grande gargalhada
VAI UMA grande revolta em Budapeste porque veio a saber-se que o Partido Socialista mentiu aos eleitores para chegar ao poder - escondeu os problemas do défice, omitiu (ou negou) que tencionava aumentar os impostos, despedir funcionários públicos, aumentar preços disto e daquilo, etc., etc.
Ora eu bem tenho tentado discutir esse assunto com alguns amigos portugueses, mas nenhum deles o consegue fazer seriamente: entre gargalhadas e comentários cínicos, todos encaram os revoltados húngaros com aquele ar de superioridade que, nos parques-de-diversões, arvoram os que já andaram no castelo-fantasma ao observar os que lá vão pela primeira vez...
Ora eu bem tenho tentado discutir esse assunto com alguns amigos portugueses, mas nenhum deles o consegue fazer seriamente: entre gargalhadas e comentários cínicos, todos encaram os revoltados húngaros com aquele ar de superioridade que, nos parques-de-diversões, arvoram os que já andaram no castelo-fantasma ao observar os que lá vão pela primeira vez...
(«DN» de hoje)
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Mal por mal...
Nas últimas eleições para um município de uma pequena cidade onde vou com frequência, a Oposição decidiu afixar por todo o lado uns curiosos cartazes, divididos em duas partes:
Nas últimas eleições para um município de uma pequena cidade onde vou com frequência, a Oposição decidiu afixar por todo o lado uns curiosos cartazes, divididos em duas partes:
Do lado esquerdo constavam, devidamente ilustradas com fotografias, as promessas que o executivo cessante fizera para a campanha eleitoral anterior. Do lado direito, podiam ver-se outras, dos mesmos locais, mas tiradas quatro anos depois.
Tratava-se, sem excepção, de imagens de terrenos degradados, podendo ler-se, a legendar as do lado esquerdo, promessas como «AQUI VAMOS FAZER O NOVO CAMPO DE JOGOS!»; em contraponto, e tendo como legenda apenas a data, uma outra do mesmo local, onde só os excrementos de cão eram diferentes.
O curioso da história é que, tratando-se de verdades que pude confirmar, os "vendedores de mentiras, ilusões e promessas" foram reeleitos e com confortável maioria, pelo que eu, intrigado com o facto, pedi a alguns munícipes que mo explicassem.
As respostas não variaram muito, e em todas estava subjacente a convicção enraizada de que «eles são todos iguais».
No entanto, a melhor veio sob a forma de uma variante do ditado setecentista «Mal por mal, antes Pombal»:
«Aldrabão por aldrabão, deixa lá estar os que estão» - frase que, segundo me asseguraram, estava incorrecta... mas só em termos gramaticais.
(Este último texto veio a ser publicado no «Público» de 28 Set 06 e no «DESTAK» em 3 Out 06)
3 Comments:
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
O caso hungaro apenas vem confirmar que os políticos não devem dizer a verdade, quando mentem são eleitos, quando dizem a verdade são corridos à pedrada.
Dizia um amigo meu que, «nos negócios e na política, as mentiras são como as velhas pistolas de um tiro só: Servem apenas uma vez».
Ora isso pode ser verdade nos negócios, mas não o é na política, como se pode ver pelo exemplo referido na 2ª parte do "post".
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