5.12.06

Mais brancas não há!

DUAS ESCRITORAS de língua castelhana, a chilena Isabel Allende e a mexicana Laura Esquível defendem mulheres que, até agora, a História mostrava como colaboracionistas da conquista espanhola.
Malinche ajudou Cortez a conquistar o México, Inês Suarez juntou-se a Valdivia nos massacres dos patriotas chilenos. As duas escritoras latino-americanas vieram em socorro destas mulheres, escrevendo romances em que aquelas figuras aparecem como vítimas incompreendidas dos historiadores.
Em “Inês da minha alma”, Isabel Allende dá-nos uma Inês Suarez aventureira, fundadora da cidade de Santiago, benfazeja, construtora de hospitais, ajudando os pobres e decapitando os inimigos. Os críticos não perdoam à escritora o branqueamento de massacres e do desumano tratamento às populações em geral.
Laura Esquível escreveu “Malinche”, onde reabilita uma escrava Azteca cujo nome passara a significar traição. Laura transforma-a numa guerrilheira contra os aztecas que teriam traído a sua herança ancestral dos mayas.
Uma pena os massacres da conquista terem estragado as reputações daquelas meninas.

«25ª HORA - «24 horas» de 5 Dez 06

Etiquetas: