15.6.07

A Universidade-Empresa

A APROVAÇÃO, pelo conselho de ministros, do Novo Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (*), faz todo o sentido, desde que aceitemos a perspectiva – dolorosa, inevitável, e há muito anunciada no livro de Bill Readings, The University in Ruins – de que a Universidade já não é o que era.
A Universidade é hoje – e este Novo Regime Jurídico confirma-o – uma Empresa.
Os estudantes e docentes devem deixar de se representar nos órgãos de gestão da Universidade porque os clientes e os trabalhadores não vão para os conselhos de administração das empresas.
(*) http://www.uc.pt/tomadadeposicao/links.html

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3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Há mais de trinta anos que a universidade americana é assim, e funciona. Durante a licenciatura festas pagãs - as famosa Frat Toga parties, também conhecidas por Go Greek & N:)
Depois, se ainda houver gray anatomy cells para tanto, um mestrado ou um doc. Depois é papers, rat-race, Cancun-gresses, meritocracia q.b. e pós-doques até que a voz do dono nos doa. Não é tão mau como parece, uma pessoa habitua-se. O mais difícil para alguns (não digo nomes) ai ser deixar de dizer piadas mal-intencionadas sobre os licenciandos. O cliente tem sempre razão.

15 de junho de 2007 às 19:59  
Anonymous Anónimo said...

A foto inclusa não é da Universidade de Amsterdão?

15 de junho de 2007 às 20:05  
Anonymous Anónimo said...

Sabe-se que, hoje em dia, os melhores serviços públicos são - como é evidente - prestados por organizações empresariais capazes de garantir, pelo menos, a sua própria sustentabilidade financeira. Professor que não saiba isto como pode ser professor? E, por isso, que melhor garantia teremos nós de que todos os professores saberão isso mesmo - os mínimos - do que pedir-lhes contas da sua capacidade de auto-financiamento?
Só não percebo porque que é que esta regra de "boa gestão" não se aplica de imediato a todos os docentes, e só se aplicará aos que hão-de entrar na carreira: será que isso imporá uma alteração (para pior) do modo de viver em sociedade? Será que os mais velhos morriam todos com tal regime? Ou é apenas um regime provisório para lixar uma ou duas gerações? Será por isso que estão a prolongar a idade das reformas, que é para os mais velhos ainda irem a tempo de limparem os cacos - que é, manifestamente, trabalho de funcionário público?

19 de junho de 2007 às 17:34  

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