GRANDES ERROS
Por Carlos Fiolhais
ERRAR É HUMANO, mas errar repetidamente é desumano. Ora o Ministério da Educação, ano após ano, tem errado na redacção de provas de exames. Os exames não deviam ter erro absolutamente nenhum se fossem feitos com suficiente cuidado, mas continuam a ter. Pois no mesmo dia em que eu, num artigo no "Público", comentava que as provas de exame costumavam ter erros, foi tornado público mais um erro na prova de Física e Química. Não era preciso darem-me razão tão depressa! Interrogado no mesmo dia por uma jornalista desse jornal, sugeri que o Ministério, para além de pedir desculpas públicas, apurasse responsabilidades.
Pois passado mais de uma semana não há nem desculpas nem apuramento de responsabilidades. Pelo contrário: O erro foi, a todo o custo, minorado e qualquer dia até são capazes e de dizer que não houve erro nenhum. O erro era de Física, mas na Química também houve uma questão mal formulada: se não existia erro crasso, existia pelo menos uma grande confusão que teria sido simples evitar.
Engraçado é que o comunicado do Ministério da Educação, entretanto substituído, tinha um erro de ortografia. O novo comunicado pode não ter erros desses, mas não brilha pela redacção. Repare-se no eufemismo palavroso: não houve um erro, houve "uma incorrecção que inviabiliza a concretização de uma resposta correcta." Incorrecção que inviabiliza? Não haverá lá ninguém que saiba escrever?
Etiquetas: CF
2 Comments:
Um ano a fazer provas, equipas a verificarem e nimguém é responsabilizado?
Mas mesmo pior do que os erros, é mesmo a resposta do ME.
De chorar a rir, caso não fosse um assunto tão sério.
Ainda gostava de saber quem é o sabotador.
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