Vamos almoçar, Mário Lino?
Por C. Medina Ribeiro
QUANDO FOI ANUNCIADO que certas auto-estradas sem portagens (as SCUT) iam passar a tê-las, houve grande discussão sobre o assunto: uns relembraram os discursos de Sócrates a dizer o contrário, outros acharam muito bem - mas aqui, no Sorumbático, deu-se mais realce ao aspecto prático do problema:
Como só há três formas de pagar as portagens (antes, durante ou depois), perguntava-se:
COMO É QUE "A COISA" VAI FUNCIONAR SEM PRAÇAS DE PORTAGEM (tudo electrónico e automático) - como Mário Lino garante que vai ser?
Entretanto, ele já adiantou que três dessas auto-estradas estarão com esses sistemas a funcionar até ao fim de 2007 - e até fala em chips a montar nas matrículas dos carros.
Seja como for, em vez de discutir o assunto (o que pode ser cansativo), desta vez aposto (o que pode ser proveitoso):
Seja como for, em vez de discutir o assunto (o que pode ser cansativo), desta vez aposto (o que pode ser proveitoso):
E aposto, com o primeiro leitor que aceite o desafio, que até às 24h do dia 31 de Dezembro de 2007 não haverá uma única dessas auto-estradas com as portagens a funcionar em pleno (*) na modalidade anunciada.
O prémio da aposta será uma grande almoçarada, a ter lugar em Lisboa (ou arredores) em Janeiro de 2008, em restaurante a escolher por quem a ganhar.
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(*) Para excluir períodos experimentais, protótipos, entradas em serviço de apenas alguns troços ou acessos, etc.
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Actualização: este assunto foi retomado em post do dia 10 de Outubro de 2007 [v. aqui]
Etiquetas: CMR
Afixado por: Carlos Medina Ribeiro às 16:39
18 Comments:
Ora aqui está uma magnífica forma de discussão política:
Em vez de a malta se chatear, resolver a pendência com uma boa aposta e uma grande almoçarada!
Quanto a apostar "do lado" do Mário Lino, nem pensar!
R.M.
Já vi problemas políticos mais críticos resolvidos com almoçaradas... :)
Mas isto é publicidade enganosa, porque você está a apostar numa coisa manifestamente inatingível. Só mesmo se o Mário Lino apostasse consigo :)
Mas olhe que era uma boa ideia organizar um dia uma jantarada com os leitores do blog que quisessem participar, assim como se faz nos fóruns. Fica a ideia.
Quanto ao tema do Post, não sei ao certo os moldes em que o ministro se referiu que iria funcionar a coisa, mas essa do chip faz-me rir. Pelo custo, pela impraticabilidade, enfim, por tudo.
Eu vou ter um chip no meu carro para usar numa autoestrada onde nunca passarei? Ou antes de entrar na auto-estrada vou ter que montar o chip senão não posso lá entrar? Quando é montado o chip? Na altura da inspecção? O custo é de quem quer o chip ou é do Estado?
Se a emissão de cartões de contribuinte esteve suspensa mais de um ano porque os custos dos cartões eram altos (5 euros cada), imagino a lógica desta opção...
Saía mais barato terem SCUTs durante 10 anos do que instalar chips em todo o parque automóvel em Portugal. E tinham mais votos!
Recentemente, coloquei a questão num jantar de curso de engenheiros electrotécnicos do IST. Ninguém me soube respoder à questão, e nenhum aceitou esta minha aposta - que venho fazendo há bastante tempo e em vários sítios.
Uma outra aposta (esta, em dinheiro vivo), consiste em mostrar-me um quiosque Net-Post que funcione ou uma máquina de venda de selos que aceite cartões.
Apostei 20 euros (subindo todos os meses 5 euros até 31 Dez 07).
Hum... mesmo sendo extremamente difícil, esse desafio dos quiosques é um pouco mais realista... :)
Vou ver se há algum aqui na zona...
Mas, relativamente às SCUTS, essa coisa do chip é mesmo a ideia do ministro? Quais são os contornos da ideia?
Um abraço
Não corro riscos com os quiosques:
Quer os de naveção na Internet, quer os de venda de selos, "funcionam" com cartões (Net-Post e PMB) que já não se fazem...
Disse Sócrates:
«Caso seja eleito, as auto-estradas sem custos para o utilizador, as SCUT, vão permanecer sem custos», [até porque essas vias foram] «obras socialistas» [e] «não seria agora que, pela mão do PS, as portagens se iriam tornar realidade para os utilizadores» - Castelo Branco, 11 Dez 04.
«Todas as SCUT se pagam a si próprias, em termos orçamentais. As receitas a que dão lugar são superiores aos custos. E, portanto, o argumento de que se trata de um encargo pesadíssimo é só para gente leve» - debate do OE para 2006.
«Tenho visto aí, nos últimos dias, uma enorme mistificação, pretendendo dizer aos portugueses que o Governo, afinal de contas, está a faltar ao cumprimento de uma promessa eleitoral. Por mil vezes que repitam essa mentira, ela não se transformará numa verdade» - posição mais recente...
Na realidade, as pessoas já não dão muita importância às mentiras dos políticos, já as acham perfeitamente normais. Aquilo com que, de facto, "algumas" embirram é que as tomem por parvas.
Mas sublinho o "algumas", porque conheço imensa gente que gosta.
São os que fariam o mesmo, evidentemente.
Há também um prémio muito razoável para quem, até 31 Dez 07, me mostrar o quiosque INFOCID (existente na Av. Roma, N.º1, em Lisboa) a funcionar durante 5 minutos.
Desloco-me para ver, fotografar e pagar o prémio.
Uma das empresas abordadas para fazer o trabalho (não me lembro agora do nome) disse, na semana passada, que, seja qual for o sistema escolhido (e AINDA NÃO FOI NENHUM, que se saiba!), não será "fácil" (leia-se "possível") tê-lo a funcionar até ao final deste ano.
Assim, duvido muito que o CMR arranje quem aposte (com sinceridade e convicção) o tal almoço, a menos que seja pelo prazer da companhia...
Ed
Chips e mais chips...estes controleiros....resquicíos do passado...com o futuro previsto em Bilderberg...o que eles querem é contolar-nos...acordem.
ass.promecanito
Ao colocar como condição que a almoçarada seja "em Lisboa ou arredores", parece que o CMR está com receio de perder a aposta e ter de se deslocar longe!
Vá por mim, e diga (à vontade e à confiança) que o repasto pode ser em qualquer ponto do país!
E, já agora, aposte lagosta...
L. Morais
O Carlos está com vontade que alguém lhe pague um almoço!:)
Pago-lhe três, quando quiser!
Grande abraço
Nada disso, amigo Bernardo!
Quem eu quero que me pague o almoço (no caso de ser eu a ganhar a aposta, evidentemente) é um daqueles indefectíveis apoiantes do Mário Lino, daqueles que "põem as mãos no fogo" por tudo o que o homem diz.
Entretanto, divulguei este desafio em mais blogues, e continuo à espera de alguém que queira apostar uma almoçarada - já agora, de lagosta, porque não?
Comentário feito por um leitor no blogue BLASFÉMIAS, onde este desafio também foi apresentado:
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Caro C. Medina Ribeiro,
Isso não se faz!
Aceite então outra aposta, com a mesma probabilidade:
- Eu atiro uma moeda ao ar. Se sair cara ou coroa ganho eu, se ficar de pé, pago eu a almoçarada.
A propósito: é impressão só minha, ou o dito Ministro, quando fala, parece que tem a boca cheia de vinho? E não engole nem deita fora...
A. Queres Metelo | 28.08.07 - 9:42 pm
Pelo que é notíciado hoje o Carlos ganha o jantar.
As três SCUT´S que iriam ter portagens até ao fim do ano já não as vão ter devido a.. Toda a gente sabe. Ainda bem! Neste caso não me importo nada que haja desorganização. Acho um abuso muito grande a colocação das portagens. Receberam fundos para as construir e para não terem portagens daí a designação que têm. Se geriram mal os fundos, com certeza que o problema não é dos utilizadores.
Cuidado com o titulo "Vamos almoçar, Mário Lino?". É que se o homem lê, aceita! O problema não está nos gastos da comida, mas na bebida! Além de que a companhia deve ser horrivel.
Este desafio foi também colocado no BLASFÉMIAS, um dos blogues portugueses mais lidos.
Mas, passadas mais de 72 horas, continua a não aparecer ninguém a aceitar a aposta!
Depois das notícias de hoje, pudera!!!
Talvez lá para a próxima década...
A propósito CMR, ganhar esta aposta era como roubar chupa-chupas a crianças...
(isso não se faz)
Rui Palma
Sobre as promessas e os políticos encontrei num comentário numa maillist uma referência engraçada que guardei para a posteridade.
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