2.11.07

AJUDAR NÃO É PARA TODOS

Por Ferreira Fernandes
A TRAPALHADA em que caiu a ONG Arca de Zoé, no Chade, demonstra que o trabalho humanitário é sério de mais para ser deixado nas mãos de amadores. Dir-me-ão que amador e amar estão ligados e que sem amar não se pode fazer trabalho humanitário. Pois acho preferível a secura profissional. De boas intenções estão os campos de refugiados cheios de gente que só atrasa e, isso, com a presunçosa intenção de ajudar.
Em tempos, numa reportagem sobre agricultores brancos do Zimbabwe que recompunham a sua vida em Moçambique, li a sua principal queixa: como pôr os camponeses a cultivar, se as ONG locais davam sacos de milho de borla?
Os lugares de intervenção das ONG são por definição trágicos. O mínimo de prudência aconselha que para essas circunstâncias tão más só acorra quem sabe. É como num incêndio: pataratas só servem para atrapalhar os bombeiros.
Entre os crimes da Arca de Zoé já há este, provado: atrapalharam as ONG sérias.
«DN» de 2 de Novembro de 2007 - c.a.a.

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