A propósito de A NOSSA LÍNGUA - Passatempo com prémio
Convidam-se os leitores a comentarem, até às 12h da próxima segunda-feira, o teor desta notícia - ou temas relacionados com a Educação em Portugal.
O autor do comentário mais interessante (*) receberá, como prémio, um exemplar de uma obra de um dos cinco autores contemplados pela decisão de que a referida notícia nos dá conta.
Estão diponíveis, neste momento, os seguintes títulos:
De GIL VICENTE: «Os Autos das Barcas»; «Auto da Alma e Auto da Feira»
De EÇA DE QUEIROZ: «Os Maias»; «A Cidade e as Serras»
De ALMEIDA GARRETT: «Folhas Caídas»; «O Arco de Sant' Ana»; «Frei Luís de Sousa»
De CESÁRIO VERDE: «O Livro de Cesário Verde e Poesias Dispersas»
Do PADRE ANTÓNIO VIEIRA: «Sermões»
(*) A selecção será feita por dois convidados e, em caso de dúvida, terá lugar a já habitual "votação pelos leitores".
-oOo-
Actualização: Após um "desempate pelos leitores", que decorreu em post próprio - [v. aqui], a vencedora foi Cláudia Ribeiro. Pede-se-lhe, pois, que escreva para sorumbatico@iol.pt indicando qual o livro pretendido e morada para o seu envio.
Etiquetas: CMR, Passatempos
8 Comments:
Não venho participar, venho apenas deixar esta imagem com a tira de BD do Correio da Manhã de ontem, que também tem a ver com o tema:
http://img233.imageshack.us/my.php?image=cmecajy1.jpg
As minhas desculpas pela qualidade da foto, mas foi tirada com o telemóvel.
Um abraço
Já que falámos de clássicos da literatura portuguesa, informa-se que o premiado também poderá optar por:
«Sonetos» (Antero de Quental); «Peregrinação» (F. M. Pinto); «Amor de Perdição» (Camilo); «A Brasileira de Prazins» (Camilo)... e outros que, entretanto, apareçam.
O que têm em comum os "rankings", o facilitismo, a proliferação de licenciados e doutorados da farinha amparo, o nosso sistema deseducativo e a incompetência geral sobre a qual tropeçamos quotidianamente?
A pergunta é, em si mesma, uma resposta, mas eu acrescento: nenhum dos supramencionados leu Gil Vicente, como quem o percebe; leram Gil Vicente, como quem lê um 16, mais tarde, na pauta. Enquanto as estatísticas forem tão umbiguistas quanto o próprio sistema de ensino, e enquanto o sistema de ensino não formar médias de 12's nem de 15's mas seres humanos instruídos, Educados (com E maiúsculo) e pensantes, não vejo quaisquer motivos para ter esperança que um dia, num futuro (com f minúsculo), as nossas condições melhorem, e que possamos fazer mais enquanto povo. Ou seja: a partir de agora, passámos claramente à fase das "desviagens na minha terra". Nada mais posso fazer senão desejar os meus mais sinceros pêsames, e desejar boa sorte para os estudantes do 12º ano que têm agora a vidinha ainda mais facilitada. Já só precisam de estudar um bocadinho pequenino, para, quando crescerem, em tudo o que fizerem, lhes ficar para sempre a "faltar um bocadinho assim", como no anúncio da danoninho.
Há-de chegar o dia em que não é preciso saber escrever para ensinar português, e já o vi mais longe.
Se eu meter a mão no lume, queimo-me; se eu me meter à chuva, molho-me. São exemplos de actos cujas consequências aparecem imediatamente, e bem associadas aos actos que lhes deram origem.
No ensino, porém, não é assim - o facilitismo actual vai ter consequências, evidentemente, mas muito mais tarde.
Por isso, os criminosos que o promovem e os ingénuos que o praticam não tem bem a noção do "caldinho" que estão a preparar.
Vamos acabar, como povo, a limpar o rabo aos velhinhos europeus que vêm para cá gozar a reforma; e já não será mau se o soubermos fazer profissionalmente...
Conheci-os a todos nos antigos 6º e 7º anos do liceu.
Gil Vicente, um génio dramático, introdutor do teatro em Portugal. Almeida Garret trouxe-nos o romantismo e é o autor da obra prima do Teatro português. Eça iniciou-nos no realismo. O Padre António Vieira foi o “imperador da língua portuguesa” segundo Fernando Pessoa..
Para além da introdução de novas formas literárias todos nos passaram o testemunho da sua época, e nos legaram um retrato vivo da sociedade, com os suas qualidades e vícios, bem como os problemas que preocupavam os homens do seu tempo.
É a nossa história e a nossa memória como povo que se perde. Perdendo a memória a identidade esvai-se.
E nunca seremos europeus se não soubermos o que é ser português.
Leia-se a notícia referida e atente-se na subtileza:
Os alunos até vão "dar" esses autores - no 10.º ou 11.º ano.
Só que, como os pedagogos que mandam na coisa que «dá pela alcunha de Educação» decidiram que o exame só aborda os temas do 12.º (ano em que esses autores não são "dados")... está tudo dito.
De facto, eu não contratava esses chicos-espertos nem para me varrerem a cozinha.
Como aluna (actualmente no 12º) vejo tudo isto com muita normalidade. É, com muita pena, que posso dizer isto. Desde cedo os alunos nascidos em 1990 viram 'cair' em si a 'responsabilidade' de serem os primeiros a efectuar provas de aferição no 4º e 6º ano, e a terem de realizar exames no 9º ano.
O palavreado de que 'teríamos de estudar muito porque seria muito díficil' nunca convenceu ninguém. E ainda não convence! Apesar de muitos o negarem, o facilitismo supracitado é inerente ao ensino em Portugal! Ora, os resumos dos 'Maias' que podem ser encontrados na World Wide Web são muito mais requisitados do que o livro com mais de 600 páginas (dizem que pesa na mochila!).
' Ler o Frei Luís de Sousa? Para quê? Nem sei o que é o Sebastianismo; é que dei isso em História no 8º ano mas agora já não me lembro nem me interessa!'- a atitude de alunos que frequentam o secundário e que nem capacidades tinham para passar do básico é gritante.
Digo mais, 'dei' Cesário Verde em duas aulas. :|
Em todas as aulas ouço que temos de ter atenção porque sai para o exame. O problema é mesmo este. Os professores estão a 'formar' alunos vocacionados para passar no exame e não para terem sucesso no 'Mundo real' e para apreenderem aquilo que é a cultura e história portuguesa.
É certo que, enquanto isto acontecer, vamos ter muitos licenciados com médias de 17 e 18 mas muito pouca gente com o mínimo de inteligência e capacidade de discernimento e sensibilidade para apreciar uma obra de Eça de Queirós.
Dentro de momentos (às 12h do dia 12 de Novembro), e embora o assunto possa continuar a ser comentado por quem o quiser fazer, deixam de ser aceites respostas com direito a prémio.
Ainda hoje, será indicado (como habitualmente, a vermelho, no fim do post) o nome do(a) vencedor(a), ou será anunciada uma "votação pelos leitores" a decorrer em post próprio, a criar para esse efeito.
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