8.11.07

Pessimismo ou premonição?

C. Barroco Esperança
A ECONOMIA MUNDIAL assemelha-se a um balão cheio de ar, que sobe, sobe, sobe… até rebentar.
Enquanto os combustíveis fósseis se rarefazem, e os preços não param de subir, parece haver uma estranha abulia colectiva que aguarda a catástrofe com resignada indiferença.
Dantes, quando a recessão atingia um ponto do globo, outros pólos de desenvolvimento surgiam a compensar a crise de outra latitude. As crises cíclicas do capitalismo não são fruto do marxismo, são a consequência fatal do sistema. Ontem as crises eram locais, hoje tornam-se globais. E alguma corre o risco de ser a última.
A cegueira ultraliberal, que silencia os perigos, é igual à cumplicidade dos que omitiam as purgas e perseguições da URSS. Entretanto a geração que detém o poder, habituada a gastar o que a anterior lhe deixou e a sacrificar a herança da próxima, consome, reclama o máximo de benefícios e vive na absoluta indiferença em relação ao futuro.
É assim no que diz respeito ao ambiente, na insensibilidade com que polui, no exagero com que envenena o ar e esgota a água, na indiferença perante as bolsas de pobreza e no absoluto desinteresse pela sobrevivência do planeta.
Hoje são milhares os que morrem no mar à espera de chegar à Europa. Amanhã serão multidões a afogar os europeus se os países ricos não partilharem com os desgraçados o que lhes tiraram num sistema desigual de trocas, se não compartilharem o conhecimento e a saúde, se à solidariedade não sacrificarem a ambição e a volúpia.
Uma sociedade que agrava progressivamente as desigualdades sociais não garante o seu bem-estar permanente. Alguém terá de pôr um freio nos que mais têm para que possam viver também os que nada possuem. Provavelmente serão estes.

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1 Comments:

Blogger Oscar Maximo said...

Os economistas querem crescimento sustentável e não um mundo sustentável, o que faz toda a diferença. E como eles é que mandam...
Enquanto não houver consciência colectiva que o mundo não aguenta tanta gente a querer (lógicamente) viver tão bem, nada feito.
A produção de petróleo alcancou o máximo de TODOS OS TEMPOS num mês de 2005 e no ano de 2006. Alcançou o planalto em Abril de 2005, e tem-se mantido lá, com ligeira descida. Quando daqui a pouco começar a descer entre 4 a 8%, então se verá se as energias alternativas funcionam.

8 de novembro de 2007 às 15:11  

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