Agarrem… que é fumador
A LEI 37/2007 de 14 de Agosto que disciplina a faculdade excepcional de permitir ao cidadão o prazer do vício é politicamente correcta e os efeitos só se poderão apreciar nos próximos tempos, a menos que seja para transgredir.
A sanha persecutória contra os fumadores (não confundir com medidas sanitárias contra o tabagismo) começou com o zelo prosélito dos americanos, com o gozo sádico com que se perseguem infiéis e a predisposição genética com que se transformam em bufos, muitos anos depois de persistente e eficaz publicidade ao tabaco.
Depois, a pretexto da legítima defesa dos não-fumadores, a repressão exercida nos EUA começou a fazer escola na Europa e, agora, enquanto não despenalizam as drogas leves – o que já tarda –, acossam os fumadores como malfeitores. Claro que a repressão havia de chegar a Portugal. Os talibãs não existem apenas no interior dos templos, encontram-se nas repartições públicas, entrincheiram-se no Parlamento e têm assento no Governo e na comunicação social.
Em nome do respeito pelos direitos individuais, deixo aqui lavrado o mais firme repúdio pela iniquidade da lei, pelo furor com que se perseguem os fumadores e pela injustiça de que são alvo.
A Confederação Portuguesa para a Prevenção do Tabagismo (CPPT), no seu zelo persecutório, lembra o exótico «Ministério para a Promoção da virtude e Prevenção do vício» que aterrorizou o Afeganistão sob os auspícios do mullah Omar, Mohammad Omar.
Compatibilizar os direitos individuais dos fumadores com a defesa do direito dos outros a um ambiente sem fumo é uma obrigação que não se resolve com a violência da lei que entrou em vigor no primeiro dia do ano de 2008.
.
Declaração de interesse: Não sou fumador e incomoda-me o fumo.
Etiquetas: CBE
3 Comments:
"Compatibilizar os direitos individuais dos fumadores com a defesa do direito dos outros a um ambiente sem fumo é uma obrigação que não se resolve com a violência da lei que entrou em vigor no primeiro dia do ano de 2008."
Pois é, gostaria de saber então como é que se compatibiliza! Venham então essas ideias, sr. não fundamentalista. Claro que o mal vem dos americanos como não poderia deixar de ser, neste aspecto.
Eu sou fumador e respeito aqueles que o não são. Contrariamente, a maioria dos fumadores, quando está em restaurantes ou em outros locais, ao aperceber-se que está a incomodar, ainda demonstra um certo prazer, mais do que do próprio tabaco, ver os presentes incomodados com o fumo. Já vi um senhor, que de senhor não tinha nada, era mas é um bom F. da P., virar-se para o local onde estava uma senhora a lamentar-se do fumo e enviar-lhe umas boas bafouradas.
Eu gosto do tabaco, mas mais do que isso, gosto de conduzir a alta velocidade e sem cinto de segurança. Os fundamentalistas, também a mim me retiram a liberdade e o prazer de conduzir, perseguem-me com radares, carros descaracterizados, retiram-me a carta, etc. etc. Parece que a liberdade é só para alguns ... Fundamentalistas são a grande parte dos que fumam, são os detentores dos direitos, os outros, coitados, não fumam paciência, que passem a fumar senão levam em todos os locais com o fumo dos outros.
Qual é o problema de vir à rua fumar, em casa mesmo antes desta lei já vinha à varanda fumar.
Se eu não posso conduzir em alta velocidade porque ponho em risco a vida dos outros, porque razão se poderia fumar em locais públicos prejudicando a saúde de muitos mais?
passo a declarar:
Estou-me completamente cagando para a saúde dos fumadores podem fumar até rebentar como sapos;
O problema sou eu e a minha qualidade vida, podem rebentar mas longe de mim, pois eu tenho o direito à minha saúde e a matar-me com vícios que em nada prejudico os outros como o doces a comida condimentada o sedentarismo etc.
Estou farto de comer em locais em que qualquer alarve empesta o ambiente não só atacando a saúde do próximo como tirando o prazer de degustar uma boa comida e um bom vinho, que tantas vezes não só é um custo económico como uma expectativa de prazer.
Quando tenho que libertar flatulências bem mais urgentes e involuntárias do que um cigarro tenho o respeito pelo próximo de não o fazer. Quando tenho que tossir ou espirrar de modo não controlável tenho o cuidado de tapara a boca.
Estes alarves sem educação e civismo não se ensaiam de a primeira coisa que fazem quando entram numa local de refeições é puxar por um cigarro e da ultima, às vezes, muitas vezes repetida é puxar de cigarros e em alguns casos, num sinal de ostentação alarve, de charutos que como sinal de opulência consegue prejudicar muito mais gente.
Penso que todos temos o direito de entrar num local publico e o único modo de o garantir a todos é se não fumarem pois um fumador pode entrar num local sem fumo mas o inverso só é possível com prejuízo da saúde e prazer de quem nada contribui para isso.
Há locais em que já há alguns anos nem entro tal é a qualidade do ar que se respira, não sou adepto de discotecas e ‘boites’, mas a muitos bares de que até gostava não me atrevo a entrar e gostaria de voltar a frequenta-los.
Choca-me ler algumas pessoas que admiro, como Alçada Batista, para quem abro um excepção quando ao “estar-me cagando com a saúde” não entendam que é este realmente o problema. É com algum desgosto que tenho vindo a ficar desiludido com algumas pessoas que pensava que tinham mais respeito pelo próximo e que defendiam a liberdade, vejo que estava enganado quando a grande maioria do Povo que dizem defender ganhou a liberdade de poder estar em locais públicos com um mínimo de qualidade de ambiente estes vêm todos a terreiro defender os seus interesses mesquinhos com argumentos que não lembrava a nenhum déspota.
Não tarda muito passam a defender os incendiários pois a maioria destes incendeiam o País para seu prazer, não temos nada de reprimir tais actos pois pelos pontos de vista de estes intelectuais estamos a ser fascistas ambientais.
Não podemos reprimir os aceleras das estradas portuguesas, pois agem apenas por prazer e paciência se vão matando alguns cidadãos indefesos então estamos a ser fascistas comportamentais, ou será que temos que reservar 1/3 das estradas para eles poderem fazer todos os disparates?
Nunca mais metem na cabeça que o problema não é o seu vício, podem fazer o que quiserem, o problema é o local onde o fazem. Os incendiários podem acender uma grande lareira, nada temos com isso. Os aceleras podem ir para uma pista de automobilismo, à vontade, partam-se todos.
Já agora (em média estatística, ou seja à excepções), além do já referido nos locais de refeições, repararam no nível cívico dos fumadores? São beatas, acessas até se auto extinguir, pelo chão, à beira das estradas pelas janelas de carros e apartamentos e já contaram a quantidade de beatas por m2 de areia da praia?
Agora só vai faltar ser apelidado de fundamentalista e de delator quando fizer respeitar os meus direitos.
Como questão lateral, poderíamos questionar-nos porque é que um assunto destes provoca tanta comoção e até mesmo agressividade, quando factos muito mais importantes passam quase desapercebidos (como refere Helena Matos no post afixado hoje no Blasfémias e transcrito neste blogue). Sentimentos que, por sinal, não se vêem face outras poluições infinitamente mais violentas e perigosas, como os escapes dos automóveis e dos autocarros, as descargas das suiniculturas, as cacas de cão nos passeios e jardins, as ruas pejadas de jornais, os óxidos de enxofre e de azoto das centrais térmicas...
Para cúmulo, também ninguém questiona o facto de a UE (oh, ironias do absurdo sublime!) subsidiar o cultivo do tabaco...
Enviar um comentário
<< Home