COMECEI POR PENSAR fazer um passatempo com prémio em que se perguntava: «que casa famosa existiu no lugar onde este prédio acaba de nascer?».
Porém, e pensando melhor, achei que a resposta era tão simples que não se justificava premiá-la.
Ora o certo é que já se passou mais de hora-e-meia e ainda não apareceu ninguém a dar a resposta certa, pelo que me convenci de que, se calhar, a pergunta merecia um prémio!
Então, seja! - vamos começar com um exemplar do livro «Incrível mas verdadeiro!», um divertido repositório de curiosidades. Se, mesmo assim, a resposta certa tardar a aparecer, o prémio será aumentado.
Actualização: esta foto, tirada hoje mesmo, mostra o DEPOIS, que vem no seguimento de um ANTES (ver aqui) e de um DURANTE (ver aqui). Quanto ao prémio: a resposta certa foi dada no comentário-2 («Casa de Garrett»), e o livrito já vai a caminho.
Etiquetas: CMR, Passatempos
17 Comments:
Nope, my knowledge in Portuguese culture is still very limited. But, in any case, I bet I'll be surprised! (Negatively and immensely, of course).
Casa de Almeida Garret,em Lisboa...?
Belo tiro no escuro...
Uma vergonha, o que fazem à memória.
Didn't I say I was in for a surprise?!
Pede-se a Fernando Antolin que escreva para sorumbatico@iol.pt indicando morada para envio do livrito.
Este é o exemplo da casa Garret mas poderíamos multiplicar por mil os maus exemplos.
Neste momento, no Seixal, por exemplo, fazem-se obras na frente ribeirinha num local onde a tradição oral e escrita refere a existência de antigos estaleiros, talvez da época dos descobrimentos. Fizeram-se estudos prévios do local antes de proceder à destruição? Não são conhecidos. Destrói-se às cegas (isto é, revolve-se o terreno a uma profundidade considerável). Para quê? Construir uma zona pedonal e uma unidade de restauração! E se os estaleiros existirem mesmo? Será demasiado tarde.
As pessoas também têm pouca memória.
Todos nos lembramos do estardalhaço feito a propósito desta Casa de Garrett.
Pois bem; passaram mais de 2 anos, e o assunto morreu desde aí.
Hoje, se quis arranjar uma foto do que lá fizeram, tive de pegar na máquina fotográfica e ir até lá.
O que é facto é que não apareceu ninguém a querer arcar com a despesa de manter a Casa de Garrett.
E acham que eu, e todos os que ganhamos pouco mais que o Salário Mínimo, é que a deveríamos pagar, com os nossos impostos.
E nós não temos tempo, nem dinheiro, para a ir visitar, por isso, os que estavam assim tão chorosos, deveriam quotizar-se, e ficar com ela, que a mim não me faz jeito nenhum.
Zas é ilustrativo do estado de imbecil bovinidade do nosso povo. Infelizmente, as coisas neste país vão-se fazendo assim. Nada diferente, no que à manipulação das mentes concerne, do que as ditaduras de há 70 anos faziam. Mas hoje fazem-se de uma forma mais subtil e sob a capa da "legitimidade democrática".
Admitamos que foi um crime deitar abaixo a casa onde viveu Almeida Garrett. Mas quem é que define quais os escritores cujas casas merecem ser conservadas, sobretudo quando as despesas de manutenção vão ser imputadas aos nossos impostos? O ministro das artes e espectáculos? Os intelectuais de gosto refinado? Ou o povo bovino que não lê nenhuma das obras de nenhum dos escritores, mas paga? Há aqui matéria para alimentar uma interessante dissonância cognitiva.
Seria a Embaixada de Itália?
É curioso que haja pessoas que só se preocupam com o destino dos "nossos impostos" quando se fala de cultura.
Mas as avultadas reformas vitalícias auferidas por muitos ex-governantes e ex-deputados, afinal ainda políticos e no activo, acumuladas com chorudas remunerações no sector privado (e espera-se que seja só nesse), são pagas por quem, afinal? Pela Santa Casa da Misericórdia?
Enfim, o "dinheiro dos nossos impostos" só parece incomodar quando é utilizado para salvar o património que é de todos. As pessoas, de um modo geral, esquecem-se da generosa fatia dos nossos impostos que vai parar às contas bancárias de quem não precisa. É esse dinheiro mal gasto que me preocupa. É como deitar pérolas a porcos.
...a este propósito apetece-me citar Milan Kundera n'O Livro do Rio e do Esquecimento:
‘Para liquidar os povos, dizia [Milan] Hübl, começa-se por lhes tirar a memória. Destroem-se os livros, a cultura, a história. E outra pessoa qualquer escreve-lhes outros livros, dá-lhes outra cultura e inventa-lhes outra história. E depois o povo começa lentamente a esquecer o que é e o que era. O mundo à volta esquece ainda mais depressa.’
Não é curioso, antes pelo contrário, que haja pessoas que se indignam com as pessoas que se indagam acerca da forma como é gasto o dinheiro dos seus impostos. Basta observar os argumentos desproporcionados para se perceber que há pessoas que querem obrigar os outros a pagar os seus gostos pessoais, coincidam ou não com os gostos dos pagantes. Se o povão não aprecia a “cultura” e prefere a música pimba, pior para o povão. Paga a música pimba e paga também o refinado gosto dos eruditos. Isto não tem nada a ver com o Almeida Garrett, evidentemente. É típico da mentalidade de esquerda.
Argumento desproporcionado? Ora essa! Se somos obrigados a pagar reformas de milionários no activo! E assim não sobra o mínimo para o património.
Ah, pois, o património é colectivo... deve ser por isso...
Afinal, é típico da mentalidade de direita o "puxar da pistola quando se fala de cultura". Sem esquecer que há nobres excepções, como Vasco Graça Moura.
Conseguiu apanhar-me, caro leitor Tourais. Fantástica a forma como depreendeu que eu sou um seguidor de Pinochet. Deve ter sido naquela passagem do meu comentário em que defendi as reformas de milionários no activo. Tenho de ter mais cuidado com a sua arguta inteligência.
Ora, por falar em argumentos desproporcionados, o seu comentário veio a propósito.
Passe bem, caro Jorge Oliveira!
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