«O regresso» - Passatempo com prémio

1-HOJE NÃO SE FALA DE OUTRA COISA: num remake de uma desastrada actuação que recentemente originou problemas políticos, uns esforçados agentes da PSP, pretendendo avaliar quantos professores estarão amanhã em Lisboa, resolveram ir fazer a pergunta a algumas escolas em vez de se dirigirem às empresas de camionagem.

Claro que, quando toca a informação, não há nada como "ir às fontes", mas, numa altura em que tanto se fala de segurança (ou da sua falta), a última coisa que precisávamos ouvir era um responsável da PSP a explicar (hoje, na SIC) que tal se deveu a problemas de comunicação...

Um outro responsável das mesmas forças de segurança explicou que se tratou de um mal-entendido, enquanto o Ministro da Administração Interna mandou instaurar um inquérito chapa-3 (daqueles que até deitam fumo, "até-às-últimas-consequências-doa-a-quem-doer", etc.).

Até ver, só Vitalino Canas (pois quem mais havia de ser, na ausência do Dr. Pangloss?) acha que está tudo bem: «É uma coisa perfeitamente normal e não vejo que haja qualquer tipo de intimidação. Acho é que a PSP está simplesmente a cumprir as suas funções e a desempenhar as suas tarefas no sentido de garantir que quem queira exercer os seus direitos constitucionalmente garantidos o possa fazer em segurança e sem nenhum risco» - disse ele à Lusa.

2-A PROPÓSITO disso tudo, não resisto a relembrar aqui uma história verdadeira que, possivelmente, já contei:

Um velho amigo meu, engenheiro, que trabalhava numa empresa onde tudo costumava correr mal, explicou-me um dia o motivo para tantas desgraças: «Trata-se de um efeito perverso da nossa vantagem competitiva; é que enquanto a concorrência inventa soluções para os problemas, nós inventamos problemas para as soluções».

3-PASSATEMPO: para comemorar tanto disparate junto, o Sorumbático oferece um exemplar do livro cuja capa aqui se vê ao primeiro leitor que indicar, em comentário, o teor do verso que, na canção «Chunga chunga» (cantada pela saudosa Hermínia) se segue a «Está tudo tarado/Está tudo a pedir/...» - Actualização: a resposta certa («Um pano encharcado!») foi dada por Nuno Sousa, a quem já foi enviado o livrito (que, diga-se de passagem, não presta para nada - mas foi por isso mesmo que foi escolhido para ilustrar o tema).