Também pelas cotações se lê o mundo
NO FIM DA II GUERRA MUNDIAL, Ernest Hemingway libertou o bar do Hotel Ritz, em Paris. Diz-se que sozinho e quase desarmado, só empunhando uma sede de anteontem.
Hemingway e os bares é uma intensa história. Nas cidades por onde passou deixou saudades ao balcão.
O do Floridita é uma das atracções turísticas de Havana. Em Madrid, onde esteve pobre (anos 20), durante a Guerra Civil (anos 30) e vedeta (anos 50), foram tantos os seus bares que há outros com este cartaz à porta: "Hemingway nunca esteve aqui!"
Um dos seus lugares míticos é o Harry's Bar, em Veneza. Frequentou-o em 1950, quando esteve apaixonado por uma jovem condessa. Pobre ou rico, Hemingway passeou-se sempre com a vantagem de ser americano, isto é, com o forte dólar. Esta semana, o dono do Harry's Bar anunciou um desconto de 20% aos "clientes pobres". E quem são estes? São os que pagam com dólares, que valem 64 cêntimos do euro...
É nestas pequenas coisas que se reconhece um mundo em mudança.
«DN» de 10 Abr 08 - c.a.a. ; adapt. c/ foto obtida [aqui]Etiquetas: F.F
1 Comments:
Óptima crónica! Como de costume, aliás
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