18.7.08

Os gansos do silêncio

PUS DE LADO O SUPLEMENTO literário que acabara de ler e meditei, seriamente, como convém a um leitor atento de qualquer suplemento literário.
O meu primeiro movimento foi o de agarrar num lápis e fazer um círculo ao redor da mesma palavra em três trechos diferentes, de modo a não me restar qualquer dúvida.
O suplemento publicava excertos de livros no prelo de autores conhecidos e em três diferentes textos eu encontrava a mesma palavra, em contextos diferentes, é verdade, mas que não deixava de ser preocupante porque se tratava de um substantivo, feminino, ainda que numa das três circunstâncias fosse utilizado o diminutivo, tudo muito singular.
Olhei os três círculos em páginas diferentes, mas sequentes, e li «ginja», «ginja», «ginjinha». Fiquei, portanto, preocupado com o peso da ginja na literatura portuguesa e decidi que tinha de comprar aqueles livros logo que chegassem aos escaparates, não só pelo apreço que nutro pelos respectivos autores, mas também para descobrir se as ginjas eram com elas, ou sem elas, questão a que os truncados nacos de prosa não respondiam.
(...)
Texto integral [aqui]
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NOTA (CMR): Esta e outras crónicas de Joaquim Letria estão também no seu blogue Histórias de Chorar por Mais

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