A propósito da Quinta da Fonte
A QUESTÃO já é velha, mas recorrente:
«Deve - ou não - referir-se a etnia das pessoas que são objecto de uma determinada notícia?».
A resposta é: depende:
Se alguém, ao volante de um automóvel, se despista e o caso é notícia (porque morre, p. ex.), não é importante ficarmos a saber que era chinês, zulu ou lapão. Isso pode ser dito, evidentemente, mas não é o cerne da notícia, da mesma forma que o não é a religião, a cor de cabelo ou as preferências clubísticas.
Porém, se se envolve em confrontos graves precisamente por causa da religião, da cor do cabelo ou de um determinado jogo de futebol, já é diferente: nesses casos, essas características fazem parte da notícia, na medida em que estão intimamente ligadas aos acontecimentos - pelo que é natural (para não dizer inevitável) que sejam referidas.
Etiquetas: CMR
4 Comments:
Aqui ficam as seguintes achegas:
1 - Viemos a saber que, no seguimento do 2.º dia de confrontos, a polícia prendeu um indivíduo... que já tinha sido preso na véspera.
Voltou a ser libertado.
2 - Segundo o «Público» de ontem (pág. 4), o autarca de Loures Carlos Teixeira diz que estão identificados os indivíduos que vandalizaram as 20 casas de ciganos que, entretanto, fugiram do bairro.
A Governadora Civil de Lisboa, Dalila Araújo, vai mais longe, e diz que alguns dos autores dessas destruições estão envolvidos em crimes de 'carjacking'.
No entanto, os jornais não nos dão conta de nenhuma detenção, mas sim que a autarquia vai suportar os custos das reparações das residências...
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Associação de ideias:
Aquando da paralisação dos camionistas, o governo não exerceu a sua autoridade porque (segundo nos explicou António Costa, com todas as letras, n' «A Quadratura do Círculo») a repressão ainda iria piorar as coisas.
Está-se mesmo a ver que os poucos autos elaborados nessa altura não vão dar nada.
Quem quer apostar que, neste caso de Loures, sucederá a mesma coisa?
Olá, obrigada pela sua visita e comentário.
Gostei muito do seu blog, de uma maneira simples você descreve nossa realidade que não é tão simples assim.
Sempre estarei visitando, abraços.
No caso em apreço não é só a referência à etnia que é importante (a “anatomia africana”, como dizia um cigano na TV). São também outras coisas.
Curiosamente, o filme só tem um lado, o dos ciganos. O lado dos africanos não se vê. Terão passado de pele escura a transparente? Mistério.
As casas foram vandalizadas, mas afinal por quem?
E mais curioso : onde está o Bloco de Esquerda, o SOS Racismo e esse pessoal todo que aparece prontamente a desancar qualquer “branco” que se atreva a dizer um por cento do que se ouviu aos ciganos neste episódio?
No post anterior, o Baptista Bastos continua a campanha contra o papão da “direita”. O que ele e outros camaradas de “esquerda” fariam melhor era meter a mão na consciência e ver o que fizeram do país, onde a imposição de uma ideologia de pretensa tolerância pelas minorias manietou as autoridades policiais e judiciais, promoveu a impunidade e a violência e transformou num inferno a vida dos portugueses que vivem perto das simpáticas minorias.
Segundo o novo código penal, quem seja detido por um delito a que corresponda uma pena inferior a 5 anos não pode ficar detido, a aguardar julgamento em prisão preventiva.
Claro que, teoricamente, isso não impede a futura punição, pois é suposto que, oportunamente, o infractor seja chamado a julgamento e (eventualmente) condenado.
A pergunta que se põe é evidente:
Com a lentidão da justiça, quantos acabam, na realidade, por ser condenados?
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Tenho falado com imensos polícias, de vários "ramos", desde o da Divisão de Trânsito ao Municipal, passando pelo mero agente 'de giro' e pelo da GNR.
A desmotivação deles é total.
Só nos mais novos ainda se nota alguma genica, mas com a idade passa-lhes...
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