Visões e previsões...
TALVEZ não valha a pena ler a 'previsão' toda, pois os seguintes extractos já dão uma ideia da sua qualidade:
«(...) O cenário sugerido pelo relatório deste ano é que os preços do petróleo já atingiram um patamar máximo, e não deverão continuar a subir. (...)
Enquanto o preço estiver nos 60, 70 dólares por barril [os níveis actuais] (...)
O nosso cenário de longo prazo coloca o preço nos 40 dólares em 2010. Antecipamos um preço médio de 64 dólares por barril este ano, 59 dólares no próximo, e depois uma descida gradual. (...)»
Afixado por: Carlos Medina Ribeiro às 17:05
6 Comments:
Fez bem Vítor Constâncio em dizer o óbvio:
A opção pelo nuclear tem de ser estudada.
De imediato de fizeram ouvir as reacções pavlovianas do costume. Note-se, no entanto, que ele não disse que a solução deveria ser adoptada - apenas estudada.
Caro Medina
Sejamos francos. Quem recomenda estudar a opção pelo nuclear já é, à priori, favorável ao nuclear. Pelo menos não será anti-nuclearista. Para esses a opção está mais que estudada e enterrada. Foi o que se ouviu de imediato da parte dos maluquinhos das ambientalices, tipo Quercus e coisas dessas.
Claro que existem posições anti-nuclear respeitáveis, mas, tal como no caso do "global warming", a energia nuclear tornou-se um tema de eleição dos fanáticos catastrofistas, que não admitem que os outros discutam sequer as posições contrárias às deles...
Isto, para além dos argumentos sem pés nem cabeça que se ouvem da parte dos anti-nuclearistas, como ontem o Miguel Sousa Tavares, na TVI, a dizer que só teríamos uma central nuclear daqui a 20 ou 30 anos. Santa ignorância...
Os economistas são as pessoas menos preparadas para fazer previsões. Basta reparar que todas as previsões que fazem, são alvos de sucessivos "acertos", até que finalmente, na véspera do prazo a que dizem respeito lá acabam por acertar.
Todas as previsões de preços dos economistas se baseiam no principio de que o aumento do preço faz aumentar a oferta, ora isto só é verdade para produtos manufacturados a partir de recursos ilimitados. Com base nos seus principios os economistas nunca conseguirão prever o preço de artigos produzidos com recursos limitados e em vias de esgotamento.
Por mais que aumentem o preço por um Dódó, nunca conseguirão que o mercado lhe ofereça um para venda.
Em mail que me enviou, e que me autoriza a divulgar, Alfredo Barroso comenta:
As previsões (…) fazem jus a uma célebre frase do John Kenneth Galbraith:
«Um economista é alguém que não sabe do que é que está a falar e nos faz sentir que a culpa é nossa».
Outra frase bem a propósito é a de Kenneth Boulding:
«Um economista é um especialista que saberá explicar-nos perfeitamente, amanhã, porque é que aquilo que ele previu ontem não aconteceu hoje».
O nuclear tem de ser bem estudado e especialmente desmistificado, já que os ambientalistas só acenam com radiações e desgraças, mas que podem bem acontecer já aqui ao lado, logo, mais vale termos também a vantagem de usar essa energia se já estamos em risco.
Mas, há também que reparar em mais um engodo noticioso. Ao referir o nuclear, Constâncio desviou as atenções do abrandamento do crescimento económico, aumento da inflação, crise, etc., todos esses temas económicos que estariam a envergonhar e a dificultar a vida comunicativa ao governo do Sr Sócrates Pinto de Sousa. E que têm o potencial certo para lhe tirar popularidade.
E cá estamos a discutir o nuclear, discussão importante mas que nos afasta dessas outras questões.
Acerca dos temas que certos pataratas "nem sequer autorizam que se fale", acabei de colocar um 'post' com um 'cartoon' de um bulldog a salivar pavlovianamente - que é o que essa gente me faz lembrar.
Os temas 'proibidos' são os do costume:
Casamentos entre pessoas do mesmo sexo (e adopção de crianças por esses casais), energia nuclear, aquecimento global, conflitos entre etnias...
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