Ai chega, chega...
QUANDO EU ERA MIÚDO, havia três ou quatro esquadras da PSP num raio de 500 - 1000 metros. Em caso de necessidade, telefonava-se para uma delas e, apesar de não haver telemóveis, nem radio-telefones nem motos nem carros-patrulha, passado pouco tempo lá aparecia um agente, a pé, que, se não conseguisse resolver o problema, levava o pessoal para a esquadra - como chegou a suceder comigo...
Mais tarde, houve quem achasse por bem acabar com essas esquadras, criando as 'super'. Depois, alguém descobriu que a ideia não fora brilhante. E assim andamos, de experiência em experiência, como não podia deixar de ser numa terra cujo desporto predilecto é inventar a roda.
Quanto aos últimos acontecimentos, viemos a saber que a Quinta da Fonte, apesar de ter mais de 5000 pessoas e problemas complicados, não tem uma esquadra... por falta de verbas. A Quinta do Mocho, que hoje foi notícia pelas piores razões, já teve polícia... mas tiraram-na.
Assim, agora, quando há problemas nesses e noutros locais, discute-se quanto tempo a polícia demorou a chegar.
Ora, e como a polícia não serve só para combater o crime - mas também, e essencialmente, para o prevenir - , ela é para ESTAR, não é para CHEGAR.
Dá vontade de dizer... que CHEGAR não CHEGA.
Etiquetas: CMR
5 Comments:
Pelo título, pensei que ia referir-se a Beatriz Costa (chega, chega a minha agulha), tanto mais que próximo está a foto do António Silva!
Porque será que as horas referidas pelas forças de segurança nunca coincidem com as que referem quem as chama? Problemas de fusos horários?
Sim, a referência à Beatriz Costa foi por associação de ideias, e porque achei que a 'segurança interna' já entrou num registo de comédia.
Repare-se nos ministros que têm andado por lá:
Dias Loureiro (mais as suas super-esquadras...), Ângelo Correia, Alberto Costa, António Costa, Rui Pereira... Todos sempre muito satisfeitos com o que fazem.
Num outro blogue onde coloquei este texto, um leitor comentou:
«Não me parece que a criminalidade deste tipo se resolva com esquadras e com carros patrulha».
Respondi:
Nas sociedades actuais, onde os problemas são complexos (e sê-lo-ão cada vez mais), não há nada que se resolva com ‘uma única’ solução.
Tal como não basta a um carro ter rodas para andar, também a polícia não é “suficiente” mas é “necessária”.
A polícia tem de andar por perto, circular, ser vista, saber-se onde está. E não é só “nesses bairros” que está ausente - como muito bem sabe quem anda na rua em qualquer ponto do país, especialmente de noite, nas grandes cidades. «É o medo que guarda a vinha».
Não posso estar mais de acordo!
Não é sabendo que existe polícia que se previne o crime, mas sentindo a sua presença. Simples.
Como já é costume nestes casos, ontem lá estavam montes de agentes da PSP a "guardar" a zona. Mas eram tudo Rambos, de shotgun, e caras de duros.
Outras vezes vêm de viseira e colete à prova de bala, quando não mesmo com escudos.
Vêm tarde e, porventura, num preparo contraproducente, pois os criminosos adoram ter inimigos à altura...
Uma meia-dúzia de polícias de giro, todos os dias por ali, com boas comunicações e conhecimento dos lugares e das gentes... não seriam mais eficazes?
Enviar um comentário
<< Home