17.8.08

Ai chega, chega...

QUANDO EU ERA MIÚDO, havia três ou quatro esquadras da PSP num raio de 500 - 1000 metros. Em caso de necessidade, telefonava-se para uma delas e, apesar de não haver telemóveis, nem radio-telefones nem motos nem carros-patrulha, passado pouco tempo lá aparecia um agente, a pé, que, se não conseguisse resolver o problema, levava o pessoal para a esquadra - como chegou a suceder comigo...
Mais tarde, houve quem achasse por bem acabar com essas esquadras, criando as 'super'. Depois, alguém descobriu que a ideia não fora brilhante. E assim andamos, de experiência em experiência, como não podia deixar de ser numa terra cujo desporto predilecto é inventar a roda.
Quanto aos últimos acontecimentos, viemos a saber que a Quinta da Fonte, apesar de ter mais de 5000 pessoas e problemas complicados, não tem uma esquadra... por falta de verbas. A Quinta do Mocho, que hoje foi notícia pelas piores razões, já teve polícia... mas tiraram-na.
Assim, agora, quando há problemas nesses e noutros locais, discute-se quanto tempo a polícia demorou a chegar.
Ora, e como a polícia não serve só para combater o crime - mas também, e essencialmente, para o prevenir - , ela é para ESTAR, não é para CHEGAR.
Dá vontade de dizer... que CHEGAR não CHEGA.

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5 Comments:

Blogger R. da Cunha said...

Pelo título, pensei que ia referir-se a Beatriz Costa (chega, chega a minha agulha), tanto mais que próximo está a foto do António Silva!
Porque será que as horas referidas pelas forças de segurança nunca coincidem com as que referem quem as chama? Problemas de fusos horários?

17 de agosto de 2008 às 22:38  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Sim, a referência à Beatriz Costa foi por associação de ideias, e porque achei que a 'segurança interna' já entrou num registo de comédia.

Repare-se nos ministros que têm andado por lá:

Dias Loureiro (mais as suas super-esquadras...), Ângelo Correia, Alberto Costa, António Costa, Rui Pereira... Todos sempre muito satisfeitos com o que fazem.

18 de agosto de 2008 às 08:37  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Num outro blogue onde coloquei este texto, um leitor comentou:

«Não me parece que a criminalidade deste tipo se resolva com esquadras e com carros patrulha».

Respondi:

Nas sociedades actuais, onde os problemas são complexos (e sê-lo-ão cada vez mais), não há nada que se resolva com ‘uma única’ solução.
Tal como não basta a um carro ter rodas para andar, também a polícia não é “suficiente” mas é “necessária”.

A polícia tem de andar por perto, circular, ser vista, saber-se onde está. E não é só “nesses bairros” que está ausente - como muito bem sabe quem anda na rua em qualquer ponto do país, especialmente de noite, nas grandes cidades. «É o medo que guarda a vinha».

18 de agosto de 2008 às 09:05  
Anonymous Anónimo said...

Não posso estar mais de acordo!
Não é sabendo que existe polícia que se previne o crime, mas sentindo a sua presença. Simples.

19 de agosto de 2008 às 08:41  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Como já é costume nestes casos, ontem lá estavam montes de agentes da PSP a "guardar" a zona. Mas eram tudo Rambos, de shotgun, e caras de duros.

Outras vezes vêm de viseira e colete à prova de bala, quando não mesmo com escudos.

Vêm tarde e, porventura, num preparo contraproducente, pois os criminosos adoram ter inimigos à altura...

Uma meia-dúzia de polícias de giro, todos os dias por ali, com boas comunicações e conhecimento dos lugares e das gentes... não seriam mais eficazes?

19 de agosto de 2008 às 09:36  

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