«Acontece...» - Passatempo com prémio
Por Carlos Pinto Coelho
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Imagem do Alqueva, uma imensa criação humana neste pedaço do Planeta.
Sugerimos que esta imagem lhe inspire um breve texto, em prosa ou em verso.
Haverá prémios em livros para as composições mais criativas que sejam feitas até às 12h da próxima terça-feira, dia 19.
Actualização (20 Ago 08/10h): foram premiados Antunes Ferreira (categoria prosa) e "rc" (categoria verso). Pede-se, pois, a ambos que escrevam para sorumbatico@iol.pt, indicando morada para envio dos prémios.
Etiquetas: CPC, Passatempos
5 Comments:
Alqueva é mar
Alqueva é mar. Interior, é certo – mas é mar. Mastodôntica, a barragem, é a maior de Portugal e, quem diria?, da Europa. Uma imensidão de água, bendito Guadiana, uma esperança de melhores dias para um Alentejo a caminho do deserto. Seco e duro. Magnífico, amplo, o Sol a pique, estendendo-se até para lá do horizonte – mas difícil, muito.
De santas e tantas dores dos alentejanos – que foram transformados em protagonistas do anedotário deste Portugalzito, injusta coisa que não merecem – habituados à torreira, à sombra medíocre dos chaparros e ao desemprego, havia que fugir. De vez.
O que se foi fazendo, pelos séculos fora, não mais que nada para ganhar uma tal guerra contra a inclemência do astro sem nuvens e dos sistemas e de coisas mais, foi ridiculamente trágico.
Veio a esperança. Chamada Alqueva, de reminiscências árabes, o al eterno do Garb, da face hortícola, do guidar de barro. A água existe, feita pelos Homens, pelos mesmos que pasmaram de sede desde o imemorial. Sejas feliz, Alqueva. E faz felizes os humanos suados da impiedade dos graus e dos termómetros. Mereces que te agradeçam – por isso.
E o Carlos Pinto Coelho também. Por ser Artista da objectiva e por te ter eleito como objectivo. Nós, os Portugueses, que somos mauzinhos, precisamos disto: do Alqueva e do Carlos.
Antunes Ferreira
Este comentário foi removido pelo autor.
o texto anterior que eliminei, dizia em síntese aquilo que eu pensava do Alqueva... mas visto de uma forma, digamos, poética.
Cumprimentos.
Ainda fui a tempo de o ler.
Porque é que o apagou?!
Alqueva
Um imenso espelho de água
Plantado do lado interior,
De um povo que deixa à mágoa,
As ondas dos mares abertos,
Abandono de sonhos, torpor.
Do alto de Monsaraz,
Avista-se o fim do mundo:
Para lá do lago, Barrabás;
Do lado de cá a secura, da paz,
Ou a dor de estar moribundo?
Mão humana parou a corrente,
Ali em terras de Alqueva,
É a esperança de betão, divergente,
De canais que espalham riqueza,
Nessa terra de fissuras, crueza.
Renasce toda a planície,
É turismo e desvario,
Gente de ousar a sandice,
De achar com toda a crendice,
Que é mistério do regadio.
Haja tento e mestria,
Para transformar a paisagem,
Onde a ponte é alegoria
Da gente que ali se cria,
Do lado de cá, nesta margem.
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