O termo certo
RETOMANDO o escândalo inerente ao facto de ninguém ter identificado correctamente um detido, atente-se como é que a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais refere o facto de ele, em tempos, se ter evadido da cadeia: «... em 9 de Agosto de 2000, o recluso Sandro Ressurreição Lourenço, que cumpria pena no Estabelecimento Prisional de Alcoentre por roubo, ausentou-se (...)»
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Actualização: viemos hoje a saber que os postos da GNR não têm acesso a informação 'simplex' quando há evadidos das cadeias, recebendo apenas uma fotocópia com a foto dos indivíduos e - presume-se... - o nome deles que, se estiver certo, já não é mau.
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Já agora: toda esta história é de tal forma um 'concentrado de incompetência' (no que toca a Justiça e Administração Interna), que gostaríamos de ouvir o que tem a dizer a Oposição, nomeadamente o PSD. Talvez quando acabarem as tricas acerca do Pontal arranjem alguém que, de vez em quando, diga ao povo o que pensa sobre alguns dos problemas que preocupam o cidadão-comum.
Etiquetas: CMR
10 Comments:
Acresce que mesmo o ano em que o cavalheiro se 'ausentou' tem duas versões:
A imprensa (via-Lusa), tanto refere que foi em 1999 como no ano seguinte.
Mas não faz mal. Num país onde a segurança e a justiça parece que funcionam "a olho" (na base do mais ou menos e com má pontaria...), trata-se de um pormenor sem importância.
Caro Medina : tens toda a razão acerca da expectativa com que muitos portugueses aguardam um líder da oposição, digamos do PSD, que se pronuncie sobre matérias que preocupam o cidadão comum. Mas com MF Leite o melhor é esperar sentado.
Por outro lado, era interessante saber se os juízes estão isentos de despedimento com justa causa. É que o juíz que deixou ir em paz este gabirú cigano, foragido de uma prisão, não merecia outra coisa.
Jorge,
No que toca ao juiz, imagino que não é ele quem averigua a identidade dos acusados, mas sim outrém - que, neste caso, deu a barracada que se sabe.
Uma vez enganado nesse aspecto (e tendo-lhe sido, portando, omitido o passado do réu), ele tinha de mandar o homem embora apenas com TIR.
Isso, segundo a nova legistação.
José, da 'Grande Loja do Queijo Limiano', até explicava como é que o assaltante que sobreviveu no assalto ao BES pode ser mandado para casa:
O crime de sequestro dá apenas 3 anos de prisão e, por isso, nem prisão preventiva dá (que é só para >5 anos).
Quanto a quem fez essas e outras normas (e com o apoio de quem...) estamos conversados.
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Curiosidade:
Desde o princípio do ano, a média de assaltos a bancos é de 4 por semana.
Os roubos de caixas multibanco decorrem também em bom ritmo: a média é de um em cada 2 dias, e em breve deixarão de ser notícia.
Dir-se-á que os bancos é que têm de se proteger (portas retardadas, acessos mais difíceis, etc). É verdade. Mas o essencial, nestes casos, é a sensação de impunidade em vigor.
Um tema destes, nas mãos de uma oposição competente, seria autêntico «filé mignon».
Mas não nos esqueçamos que existiu uma coisa chamada «Pacto de Justiça». Ou seja, estas leis que permitem a impunidade e quase convidam á delinquência não têm apenas um "pai".
Vão ver que esta autêntica rábula-do-Solnado do BI falsificado é uma manobra publicitária a favor do Cartão Único.
A ausência, do vinhedo, do cavalheiro há tantos anos (ninguém mais o procurou? e quem cultivou a vinha depois de ele se ausentar?)e a sua correcta identificação (também comungo da opinião de que não compete ao juiz a identificação do sujeito que lhe apresentam), era capaz de fazer rolar, literalmente, algumas cabeças no Burkina Faso!
Mas a moda este Verão é roubos de máquinas multi-banco e assaltos a bancos. Como o número de incêndios tem diminuido, há que arranjar outras peças e os actores não faltam e até se estão a esmerar.
Depois da licenciatura que vão obter na Universidade de Verão, os políticos da oposição já se encontrarão preparados para a luta, vão ver. Pode ser que do Pontal, que agora se deslocalizou (como?) para a Quarteira, venha alguma achega. Não desesperemos.
Hoje li as declarações de José Manageiro, da GNR, a propósito dos retratos dos foragidos que são enviados para os postos da guarda.
Diz ele que ao fim de 8 anos os deitam fora, pois decerto o criminoso já está diferente e o retrato de pouco serve.
Julgo que o disse sem se rir.
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No meio de todo esse descalabro, faz-me especial confusão o papel do José de Magalhães, pessoa que conheço pessoalmente (embora mal).
Sempre pensei que metesse na ordem coisas em que a informática é importante.
Mas veja-se o escândalo dos 6 milhões e meio de multas que prescreveram...
Também já tinha notado que o José Magalhães anda muito apagado. Que se passa?
Deve ser mal dos "Josés":
O Sá Fernandes também era muito bom "cá fora" e, uma vez na CML, é o que se vê (ou não vê).
Oh diabo, também assino José! O que Faz Falta...é animar a malta.
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