EU SEI QUE O ASSUNTO se presta a muita demagogia, a muita conversa-fiada, mas não resisto, especialmente porque hoje fui interpelado, até à náusea, por um pedinte com cerca de 20 anos e bom corpo para trabalhar. Para me ver livre dele, dei-lhe as 3 moedas que tinha, e mostrei-lhe que não tinha mais. Saltou-me a tampa quando, em vez de me agradecer, me perguntou o que é que ia fazer com tão pouco!
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Ontem, ao ver este homem, juntamente com outro - ambos portugueses -, a apanhar à mão o lixo que muitos lisboetas atiram para os jardins da cidade, não resisti: pedi-lhe para o fotografar e falei um pouco com ele. O curioso - e é por isso que aqui fica a referência - é que ambos pertencem a uma empresa que os traz, todos os dias... de Alcobaça para Lisboa!
E fica a pegunta - a tal que se presta a demagogia e a conversa-fiada, mas que é inevitável:
Então é preciso vir gente de Alcobaça?! Não há, em Lisboa e arredores, homens e mulheres em condições de fazerem estes trabalhos? Estou a pensar, evidentemente, em muitos dos que recebem o RSI, sem que sejam inválidos-coitadinhos...
Etiquetas: CMR
4 Comments:
E, já agora, um pormenor:
Porque é que estes homens, que já não são novos, não usam uns paus com um bico na ponta (que são o instrumento habitual nestas fainas de apanhar papéis em jardins), e passam o tempo a 'fazer ginástica', dobrando-se desnecessariamente?
e porque não também quem comete crimes de roubo e afins ir trabalhar em prol da sociedade e pagarem às vitimas os danos que lhe causaram, a isso chama-se serviço cívico, deveria ser mais proveitoso da que muito voluntariado
Este caso foi também referido em:
http://carmoeatrindade.blogspot.com/, no 'post' com o título «No reino do absurdo - VII», onde se podem ver 3 fotos dos referidos jardins... nojentos.
E então não é muito mais cómodo receber o RSI, ir almoçar e jantar a uma cantina da Misericórdia (ou outra), "sacar" mais algum da Segurança Social (nos apoios pontuais que esta proporciona), arrumar uns carros, cravar um cigarro e até uma cervejinha? Trabalhar cansa muito, como muito se sabe.
Não se entende como é que o homem que fotografou (e os outros que com ele trabalham) não disponha da ferramenta mais elementar para executar a sua tarefa. O que o patrão recebe não dá para a ferramenta?
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