7.9.08

Coesão urbana: desigualdades e justiça

Por António Barreto
QUANDO MARCO PÓLO, no meio das suas viagens, visitava o grande Kublai Khan, este pedia-lhe, segundo Ítalo Calvino, que lhe descrevesse as cidades que conhecia. Apesar da imensidão das suas conquistas e dos territórios que tinha sob domínio, o que interessava o Imperador eram as cidades. Estas encerravam todos os segredos que ele queria conhecer. A variedade das cidades impressionava-o. O encanto e o carácter dos citadinos atraiam-no mais do que qualquer outra descrição. Eram as cidades que lhe davam notícia dos homens e das sociedades, das culturas e das artes. Cada cidade era um mistério. Cada cidade era um segredo que tentava decifrar. Uns dirão hoje que cada cidade tem a sua alma. Outros, menos místicos, afirmarão que uma cidade é o seu povo e o seu carácter.
Estou, infelizmente, muito longe do número de viagens de Marco Pólo. Mas já visitei dezenas de países e estive em centenas de cidades. Apesar de me ter extasiado nos Alpes e nas Rochosas, mau grado ter vivido momentos inesquecíveis nos Andes e na Patagónia, não obstante as emoções sentidas no Nilo e no Sara, apesar disso, é das cidades que guardo as melhores recordações, as impressões mais complexas e mais duráveis. É das cidades que trago a história dos homens, as suas artes, as suas lutas, o melhor da sua grandeza e o pior dos seus dramas.
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Texto integral [aqui]
NOTA (CMR): esta e outras crónicas do mesmo autor estão também no seu blogue, o Jacarandá

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