4.9.08

Viagem de fim de férias

Por C. Barroco Esperança
COM O CÉU ENEVOADO e as nuvens a anunciarem borrasca, no penúltimo dia de Agosto, dei um passeio por velhas aldeias que neste mês voltaram à vida, sobretudo nos dias de festas canónicas, e já se encontram de novo desertas.
Saí de Almeida para comprar umas bolas de carne, na Reigada, para enfeitar a mesa no dia da Feira Nova, em 1 de Setembro, destinadas a parentes e amigos que ainda vêm. O forno estava alugado aos de Vilar Formoso para confeccionar doces para a festa do dia seguinte. Não faz mal, já não há dias santos, amanhã é domingo, coze o que hoje devia. O Inferno foi extinto, urge ganhar o pão de cada dia, ficaram as bolas encomendadas.
Passei por Vilar Torpim, não enxerguei vivalma. A aldeia tinha ar de ter sido habitada em época recente mas estariam os autóctones fechados em casa, quiçá receosos ainda das lutas liberais.
Tomei café em Figueira de Castelo Rodrigo. Havia afinal gente nos restaurantes, jovens nas esplanadas dos cafés e repuxos a esguichar num lago que há-de ter surgido para um autarca ganhar eleições. Havia vida na sede de concelho, até crianças a quem os pais hesitaram entre o gelado e o tabefe acabando por aceder ao pedido e desistir do desejo. As vilas ainda se mantêm graças à hemorragia das aldeias e aos empregos municipais.
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