O magistrado e a candonga
Por Joaquim Letria
PARECE QUE A ASAE deitou a mão a um magistrado que no intervalo de pedir condenações gravosas para pequenos delinquentes e mãos pesadas para todos os que não cumpriam a lei, se dedicava ao mercado negro de bilhetes na candonga. Verdadeiro empreendedorismo na justiça!
O senhor teria comprado bilhetes para o concerto da Madonna por 70 euros e estava a vendê-los por 450!
A sociedade é muito injusta! Por um lado, passam a vida a dizer-nos “organizem-se, façam a sociedade civil funcionar, mostrem iniciativa, não sejam subsídio-dependentes! Montem negócios rendosos!”
Depois, um magistrado faz uma pequena fuga ao fisco, é ligeiramente fraudulento e leva pela medida grande. Então um procurador-geral adjunto da república a vender bilhetes na candonga como os professores da Universidade que vendem sebentas é algo extraordinário?!
Moral da história: ou pedes penas de cadeia para ciganos, ou te juntas a eles...
«24 Horas» de 16 de Setembro de 2008
Etiquetas: JL
6 Comments:
A vida está má para todos, é o que é!
Quanto a mim, o problema nem está na "revenda" do bilhete; está, antes, na margem de lucro exorbitante que o senhor se propunha abichar, tanto mais quanto dou por certo que o "negócio" (compra e venda, sem estar colectado) não iria ser declarado ao Fisco. O senhor, sendo jurista, deveria saber que não pode exercer a actividade sem prévia inscrição nas Finanças e isso deixa-me apreensivo.
Grato pelo seu comentário.Esta história deliciosa, apresentada por diversos jornais portugueses e não desmentida, é indicadora de outras coisas e preocupante de muitas maneiras.
Cumprimentos.
No passado dia 6, este assunto foi abordado na «Grande Loja do Queijo Limiano» de uma forma "um pouco" diferente. Para que se possa comparar as duas abordagens, aqui fica o link: [aqui].
Isto parece mais um caso de... jornalismo. Ou seja, fala-se sem conhecer os factos.
Se o homem comprou um bilhete, e por qualquer razão não pode assistir ao concerto, tem todo o direito de vendê-lo pelo preço que quiser (ou lhe pagarem).
E conhecendo a ASAE (e as instituições geridas por portugueses em geral) deve ser este o caso.
Concordo com o Taxi Pluvioso! Eu acho que o Sr. Magistrado até teve foi prejuízo, e vai de certeza declarar a operação ao fisco, incluindo as menos-valias. Ele queria tanto, mas tanto, ir ao concerto!
Brunette,
Admire-se!
Obg.JL
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