Jardim Público

Por A.M. Galopim de Carvalho

O JARDIM PÚBLICO, o maior dos três então existentes em Évora, era, nesse tempo (anos 40) e nos meses ditos de Verão, o principal centro de convívio aberto aos habitantes do centro urbano da cidade. Havia música aos Domingos e 5as Feiras ao serão, executada pelas bandas de Infantaria 16 ou dos Amadores de Música. À volta do coreto, na larga alameda central, um numeroso grupo, de entre os mais velhos, assistia aos concertos, uns de pé, outros sentados em incómodas cadeiras de ripas, de abrir e fechar, alugadas pelo Hospital da Misericórdia a troco de uns tostões.

À semelhança de muitas senhoras, a nossa mãe sentava-se num dos bancos dessa alameda, bem iluminada e animada, a conversar com outras mães que, como ela, procuravam chegar cedo para arranjar lugar naqueles bancos, anatomicamente mais cómodos, mais perto da música e do bulício de gente, sempre muito nestes serões. Nos restantes arruamentos, mais estreitos e muito menos iluminados, os bancos não eram tão convidativos. (...)

Texto integral [aqui] - Esta e outras crónicas do mesmo autor estão também no seu blogue Sopas de Pedra.