O estado da informática do Estado
NUM CURTO POST intitulado «A tempo e horas», Helena Matos, no Blasfémias, sugere que tentemos ver o Orçamento de Estado, apresentado ontem, tal como ele nos é mostrado, neste momento, no site oficial: depois de algumas considerações interessantes, que seguidamente se transcrevem, ficamos a saber que a última actualização foi feita... há 14 dias.
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«Tal como é referido no Livro Verde para a Sociedade da Informação, a disponibilização deste texto na internet contribui para:
1. Facilitar o exercício dos direitos fundamentais, proporcionando acesso directo à informação e novas modalidades de diálogo social; 2. Melhorar as condições de participação dos cidadãos na tomada de decisões; 3. Dar aos orgãos de poder novos instrumentos de relacionamento directo com os cidadãos reforçando a transparência.
O Orçamento do Estado deixa, assim, de ser um texto de difícil acesso, para estar aberto àqueles a quem ele se destina em última análise: os cidadãos. Esta mudança aparentemente tão simples, traduz uma alteração radical ao contribuir para uma nova forma de democracia mais participada e aberta: a Democracia Electrónica.
[Página actualizada em 01-10-2008]»
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Actualização (10h30m): pronto!, parece que o pessoal encarregado destas modernices já tomou o pequeno-almoço e já pegou ao serviço, pois a página já está como deve ser.
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2 Comments:
Dos jornais:
«Problemas operacionais do OE
O ministro de Estado e das Finanças afirmou que o atraso de três horas e meia na entrega da proposta do Orçamento de Estado para 2009 na Assembleia da República se ficou a dever a problemas operacionais. Por essa razão, os jornalistas terão de regressar amanhã (15 de Outubro) ao Ministério das Finanças para ouvir os pormenores do documento.»
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Governo antecipa entrega do Orçamento de Estado para 14 de Outubro
«Mistério» em torno do Orçamento de Estado»
«Cerca das 21h, uma hora e meia depois de o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, ter entregue, numa «pen», o Orçamento de Estado na Assembleia, os grupos parlamentares ainda não tinham o documento - nem em cópia nem na base de dados do Parlamento. (…) Contactado pela Lusa, Eduardo Âmbar, chefe de gabinete do presidente da Assembleia da República, disse que a «cópia da «pen» não é feita automaticamente» e que estavam a ser feitas as cópias.»
Sei que não sou o único a divertir-me com a história da “pen”.
Primeiro, dá para rir com a forma como os políticos tentam mostrar como são (somos todos) modernos com a entrega do Orçamento em formato electrónico. São momentos hilariantes e ridículos registados em fotos para a posteridade.
Ao que parece, porque ouvi ontem nas notícias, à medida que o formato de entrega do OE foi sendo modernizado, houve cada vez ao longo dos um maior atraso na sua entrega. A culpa é dos informáticos, dizem.
Mas o melhor são os termos modernos com que somos bombardeados: “pen”.
(Imaginem que no outro dia ouvi dizer que abriu em Portugal um “Contact Center”. Podia até ser “Centre”, também era correcto, ou melhor ainda “Centro de Contacto. E depois anda tudo nervoso com o Acordo Ortográfico...)
Voltemos à “pen”. Caneta? Embora já tenha visto alguns desses aparelhos quetambém escrevem acho que a do OE não escreve, apenas tem escrito. Em letras muito miudinhas que é para caber tudo lá dentro. Mas também há porta-chaves, afiadores de lápis, etc.
Também podiam usar os termos “Memória USB Flash Drive” ou “Disco Amovível”. Mas não devem ser tão jornalísticos ou fotogénicos.
Há ainda o “memory strick”, de pauzinho ou taco, embora neste caso não seja bem o mesmo tipo de “device”. Mas não devia ficar bem dizer: O Governo entregou o taco (ou taquinho) com o OE.
Que o vosso dia continue também divertido.
Abraço
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