21.11.08

A despedida

O homem tinha dito:
- Seja franco, doutor!
O médico saiu detrás da secretária, vagarosamente, pôs-lhe uma mão sobre o ombro e quase sussurrou.
- É cancro.
- Quanto tempo, doutor? - perguntou o homem sem o olhar, mas com aquele grau de cumplicidade no tom de voz que antecipava que ambos sabiam bem do que estava a falar.
- Um ano, ano e meio, no máximo - respondeu o médico.
Saiu do consultório devagar, numa confusão de ideias e de sentimentos, observando aqueles com quem se ia entrecruzando com uma sensação danada de inveja e, ao mesmo tempo, de raiva. «Porquê eu?!», perguntava, repetida e impessoalmente, sem ter propriamente entidade competente a quem dirigir a questão.
(...)
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