Vingança quente e fria
Por Joaquim Letria
NUNCA SE VIU tanta vingança como hoje. Toda a gente aplica castigo e cobra desforra ao próximo. Diz-se que a vingança se deve servir fria. Mas vemos servi-la a todas as temperaturas e desde a bofetada, ao murro, à paulada, ao tiro ou à bomba. Nunca a vingança foi tão expressiva nem assumiu proporções tão graves e irreparáveis como hoje em dia.
Os psicólogos explicam que a vingança faz parte da natureza humana. Muitos milhares de pessoas foram mortas por vingança no Congo, no Zimbabwe e no Quénia, para não irmos mais longe. Desde 1991, mais de 10 mil pessoas foram mortas por vingança na Albânia. Nos Estados Unidos, os gangs de zonas socialmente deprimidas matam-se por vinganças. O ensinamento “oferece a outra face”, de Cristo, ou o “Buscai a sabedoria do perdão”, do Dalai Lama, não vão longe. Mais razão tinha Gandhi: “se isto vai olho por olho, o mundo acaba cego”. Ele sabia!
«24 Horas» de 10 de Novembro de 2008
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