28.12.08

Gostaria...

Por António Barreto
NÃO VALE A PENA ter esperanças desmedidas para 2009. O ano não é bissexto, o que é bem. Mas tem três eleições, o que é mau. As crises internacionais vão prosseguir, o que tem más consequências. Toda a gente anda de bengala de Estado, incluindo bancos e empresas industriais, financeiros e aforradores, o que obriga a pensar que não há bengalas que cheguem. Já sabemos que o crescimento será negativo ou ridículo; que o défice público aumentará; que o défice externo também; que o emprego diminuirá; e que a pobreza se agravará. São certezas. Esperar o contrário é enganar-se a si próprio. Há, todavia, votos que se podem formular. Os meus são modestos. Não são excessivos, nem irrealistas. Custam pouco dinheiro ou nenhum.
Gostaria que terminassem, de uma vez para sempre, os processos em tribunal que envenenaram o último ano. O da Casa Pia, à cabeça. A Operação Furacão também. Os do futebol, que já ninguém percebe. O da pequena Esmeralda, que afligiu muita gente, mas que tornou todos insensíveis, menos a menina. Os dos bancos, do BCP, do BPP e do BPN, cuja opacidade tem criado as mais sérias suspeitas na opinião pública. E, da economia à corrupção, dezenas de outros que se arrastam e alimentam a impunidade.
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