«Acontece...» - Passatempo com prémio
Por Carlos Pinto Coelho
Escreva o que ela lhe sugere.
Como habitualmente, o autor do melhor texto (a publicar em comentário até às 20h da próxima sexta-feira, dia 23), será premiado com um livro.
NOTA: Esta fotografia, como todas as outras aqui afixadas com o título genérico «ACONTECE...», é da autoria de CPC.
Actualização (24 Jan 09/12h05m): a vencedora é Cristina, a quem se pede que, nas próximas 48h, contacte sorumbatico@iol.pt.
O júri considerou também premiar Alex HAL, mas não conseguiu perceber a razão das aspas na palavra povo. Usam-se aspas para atribuir a uma palavra um significado diferente do que ela tem na realidade. Qual o novo significado que Alex HAL quis dar a povo, para o meter entre aspas? Não se percebeu, e por isso não se atribuíu prémio.
Etiquetas: CPC, Passatempos
16 Comments:
inveja daqueles chapas estarem de manga curta e eu aqui a bater o dente de frio.
os quadros que representam as duas senhoras, é o contraste entre uma vida dura de trabalho e o deslumbre de um corpo levemente vestido.
Pedro Oliveira
vilaforte
Dois irmãos. Ambos veem o retrato da sua bisavó, a primeira da família a chegar a terras do Brasil.
Ao lado, e algumas gerações depois, a imagem da filha de um, sobrinha de outro.
Da bisavó, a lembrança de alguém que sempre lutou para que um dia os seus descendentes pudessem viver livres.
Da filha e sobrinha, a recordação de alguem que foi levada por uma bala perdida, numa disputa entre gangs por mais um pedaço de território onde possam levar a cabo o seu negócio e aumentar a sua fortuna à custa da miséria do próximo.
Aconteceu há um mês. E acontece hoje. E muitas outras vezes, e não só no Brasil..
Lição ao Estado:
Faça-se a Arte chegar ao "povo" para o "povo" chegar à Arte!
"Não percebo nada disto, mas sei do que gosto!"
O fascínio da beleza feminina transcende cores, classes sociais ou autores das pinturas. E um mercado de rua pode ser também uma fonte de beleza mesmo para quem não possa ir aos leilões da Christies.
Palavras chaves desta Foto - A Beleza, a Arte e a Contemplação.
Possibilidades Aleatorias:
- Contemplação da beleza da Arte.
- A Arte como contemplação da Beleza.
- A Beleza para a Arte da Contemplação.
E no fim o que eles dizem é:
Puxa que bonito! Puxa que cores! Puxa que mulheres! Puxa que calor!Vamos nessa mané...
E de entre todas as imagens, eles pararam para contemplar aquela que continha seios desnudos...
"Que belo quadro!" pensa o de cabelo grisalho.
E o seu amigo perscruta o horizonte com uma ideia fixa: "Há chôpe ali na frente!"
Arte é algo que não falta aos nossos irmãos brasileiros. Estive o ano passado no Brasil e fiquei maravilhada com tanta beleza transposta na pintura e não só! O artesanato é sinceramente sublime! O avião veio um bocadinho carregado, só eu tinha 30 kg de bagagem.
Estes dois quadros em particular, transparecem a mulher brasileira de antigamente dos tempos da escravatura, do trabalho duro transposto nas rugas que marcam a sua cara. O outro pelo contrário marca uma nova geração, em que a beleza despida de preconceitos floresceu do Brasil. O povo brasileiro é um povo puro e feliz, a maioria das pessoas não tem a malícia e o intuito de enganar o próximo (próprio dos europeus. Vivem felizes com o pouco que a vida lhes dá e comemoram a vida de uma forma única. O oceano podia trazer-nos um pouco da alegria deles e levar-lhes uma melhoria de condições de vida!!
Porque Arte é do género feminino.
Porque fêmea tem odor a mel, flores e leite.
Mulher é mistério frequentemente, sofrimento às vezes e ternura sempre.
Arte é contemplação.
Contemplação é do género feminino.
"Bonita, bonita a gatinha hein!!
Pena que o nascimento de gostosonas assim não Acontece cá!!!"
Para além das pinturas, do contraste entre preto e branco, detenho-me em quem as observa.
Magia negra? Amarração? Feitiço?
Mais do que um íman, que atrai, algo há que os prende a eles e a mim.
Será Arte? Sim, a imagem captada pela câmara.
Uma lavagem à vista, através da fixação no erotismo das fotos, abrindo portas para o remanso da noite que há-de surgir.
A beleza subjectiva...
Retratada em diferentes gerações...
O mesmo orgulho de ser mulher... Apreciado pelo homem comum...
Só para explicar, as aspas serviram de ressalva à palavra povo que temi que soasse perjorativa ou como se eu me estivesse a excluir da própria concepção de povo.
É outro uso comum das aspas, para precaver o uso de uma palavra que certamente gerará polémica.
Não queria que houvesse uma arrogância intelectual, um julgamento preconceituoso ou uma disposição depreciativa.
Era somente isso.
Registamos o seu comentário, mas um dos membros do júri convida-o, com simpatia, a passar pelos livros sobre português de Aldónio Gomes e Fernanda Cavacas para ali se aperceber do rigoroso sentido da
aplicação das aspas na língua portuguesa.
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